27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1375-2


Poster (Painel)
1375-2Características de Enterococcus faecalis Isolados da Microbiota Intestinal de Amazona aestiva Mantidos em Cativeiro no Rio de Janeiro
Autores:Freitas, A.R.F. (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Pinto, T.C.A. (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Faria, A.R. (UERJ - Universidade do Estado Rio de JaneiroUFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Merquior, V.L.C. (UERJ - Universidade do Estado Rio de Janeiro) ; Neves, D.M. (CETAS-RJ - Centro de Triagem de Animais Silvestres do Rio de Janeiro) ; Costa, R.C. (RIO-ZOO - Fundação Jardim Zoológico da Cidade do Rio de Janeiro) ; Teixeira, L.M. (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro)

Resumo

Enterococcus são comensais do trato gastrintestinal humano e animal, e possuem reconhecida importância como patógenos oportunistas. Em humanos, Enterococcus faecalis destaca-se como a espécie associada mais frequentemente tanto a casos de infecção quanto a colonização. Sua ocorrência em outros hospedeiros parece ser, no entanto, variável. O objetivo deste trabalho foi caracterizar 41 amostras de E. faecalis isoladas da cloaca de Amazona aestiva, mantidos no RIO-ZOO e CETAS-RJ, entre julho e dezembro de 2010. As amostras foram identificadas considerando os resultados de testes bioquímicos e moleculares baseados em PCR. Para avaliação da suscetibilidade a 18 antimicrobianos, empregou-se o método de disco-difusão, seguindo-se as recomendações do CLSI (M31-A3, 2009 e M100-S20, 2010). Os genes associados à resistência aos antimicrobianos e expressão de fatores de virulência foram pesquisados através da técnica de PCR. A diversidade genética de 19 amostras foi avaliada através da análise comparativa dos perfis de fragmentação do DNA cromossômico obtidos pela técnica de eletroforese em campo pulsado, utilizando-se a endonuclease de restrição SmaI. Os percentuais de amostras não suscetíveis aos antimicrobianos testados foram: ampicilina, 2,4%; ciprofloxacina, 43,9%; cloranfenicol, 9,7%; enrofloxacina, 95,1%; eritromicina, 75,6%; estreptomicina, 7,3%; gentamicina, 2,4%; levofloxacina, 2,4%; linezolida, 19,5%; nitrofurantoína, 2,4%; norfloxacina, 14,6%; penicilina, 4,9%; quinupristina/dalfopristina, 100%; rifampicina, 92,7%; tetraciclina, 17,1% e vancomicina, 12,2%. Dentre as amostras não suscetíveis, foi determinada a presença dos genes: aac(6’)-Ie-aph(2”)-Ia; ermA; ermB; mefA; vatD, tetM; tetL e vanB. Em relação à virulência, 73,2% das amostras apresentaram o gene asa1; 41,5% esp; 39,0% cylA e 97,6% gelE. Foi observada elevada diversidade genética entre as amostras, sendo identificados quatro complexos clonais (FA, n=4; FB, n=3; FC, n=3 e FD, n=2), além de sete perfis eletroforéticos isolados. A presença de importantes marcadores de resistência a antimicrobianos e de virulência entre amostras de E. faecalis isoladas de A. aestiva, similares àqueles associados às amostras isoladas de humanos, sugere que essas aves possam atuar como reservatórios desses fatores, e possivelmente, disseminadores no ambiente.