27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1375-1


Prêmio
1375-1Influência de condições nutricionais e de concentrações subinibitórias de antimicrobianos na formação de biofilmes por Streptococcus iniae e Streptococcus suis
Autores:Souza, S.S.R. (UERJ - Universidade do Estado do Rio de JaneiroUFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Monteiro da Silva, B.N. (UERJ - Universidade do Estado do Rio de JaneiroUFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Carvalho, G.S.L. (UERJ - Universidade do Estado do Rio de JaneiroUFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Faria, A.R. (UERJ - Universidade do Estado do Rio de JaneiroUFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Teixeira, L.M. (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Merquior, V.L.C. (UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro)

Resumo

As zoonoses causam impacto em saúde pública, sendo também importantes para o setor econômico. Dados sobre a patogênese das zoonoses estreptocócicas, como as causadas por S. iniae e S. suis, são escassos apesar da frequência e gravidade dos surtos estarem aumentando nos últimos anos. O objetivo deste estudo foi avaliar aspectos relacionados à formação de biofilmes, considerando sua relevância na persistência e no sucesso das infecções associadas a essas espécies. Foram analisadas seis amostras de referência, sendo uma de S. iniae e cinco de S. suis dos sorotipos 1, 2 (duas amostras), 1/2 e 15. Os biofilmes foram formados por 24h e 48h, em placas de poliestireno de 12 poços ou sobre lamínulas de vidro, em caldo Todd-Hewitt completo (THBc) ou diluído (THBd, nas razões 1/10, 1/20, 1/40, 1/60 e 1/160). A influência de concentrações subinibitórias (subCIMs) de ampicilina, eritromicina (ERI) e penicilina (PEN) foi investigada através da formação dos biofilmes em THBc adicionado de 1/2 ou 1/4 da concentração inibitória mínima (CIM) determinada para células planctônicas. A biomassa foi medida em espectrofotômetro (DO570nm) pelo ensaio semiquantitativo do cristal violeta. A arquitetura de biofilmes formados em THBc ou THBd foi avaliada por microscopia ótica (MO), após coloração com cristal violeta, e confocal de varredura a laser (MCVL), em preparações coradas com SYPRO Ruby e Syto9. Não foram observadas variações significativas entre os biofilmes de S. iniae e de S. suis sorotipo 15 formados por 24h em THBc e mantidos por até 48h em THBd. Entretanto, as demais amostras de S. suis foram fortes produtoras de biofilmes apenas em THBc e em 48h; excetuando-se uma do sorotipo 2, que também apresentou valores elevados de biomassa em 24h. A suplementação do THBc com subCMIs resultou na indução significativa da formação de biofilmes por S. suis dos sorotipos 1, 1/2 e uma do 2. Para a outra amostra do sorotipo 2 este efeito não foi observado em 1/2 e 1/4 da CIM de ERI e PEN, respectivamente. Nenhuma alteração foi observada nos biofilmes de S. iniae e S. suis sorotipo 15. Os resultados em MO e MCVL demonstraram a presença de biofilmes maduros e corroboraram os dados obtidos no ensaio do cristal violeta. Nossos resultados contribuem para o entendimento dos aspectos relacionados à cronicidade das infecções causadas por esses microrganismos, com potencial aplicabilidade no desenvolvimento de estratégias de controle.