Resumo

Os ônibus por conduzirem uma grande quantidade de pessoas podem se tornar ambientes propícios para colonização de micro-organismos e dessa forma fontes de contaminação para os usuários. Os micro-organismos podem colonizar e sobreviver em diferentes objetos inanimados. Ao serem colonizados, estes objetos atuam como veiculadores destes micro-organismos, podendo ser considerados como focos potenciais de contaminação. O objetivo do trabalho foi avaliar a contaminação em barras para mãos dos ônibus que trafegam na região metropolitana do Recife. Foram feitas coletas em três linhas de ônibus que partem de três municípios da região metropolitana de Recife (Camaragibe-ônibus 1, Olinda-ônibus 2 e Jaboatão dos Guararapes-ônibus 3) com destino ao campus da UFPE. As coletas foram realizadas utilizando swabs estéreis e friccionando-os nos locais específicos (barras laterais e do alto dos corredores dos coletivos). Os swabs foram colocados em tubos de ensaio com BHI, as amostras foram levadas ao laboratório, incubadas para posterior processamento. Após o período de incubação as amostras foram diluídas e semeadas com alça de platina calibrada em meio ágar sangue de carneiro para análise do crescimento bacteriano e contagem de colônias. Todo experimento foi realizado em triplicata. A análise estatística foi realizada por meio do teste t de student com auxílio do software Statistic 8.0. Os resultados mostraram elevado grau de contaminação, com contagem de 1,33 x 109 UFC/mL (barras do alto) e 10,33 x 109 UFC/mL (barras laterais) no ônibus1; no ônibus2 foi de 5,33 x 109 UFC/mL e 2,36 x 109 UFC/mL para barras do alto e lateral, respectivamente; e no ônibus 3 foi de 13,33 x 109 UFC/mL para alto e de 2,70 x 109 UFC/mL para as laterais. Foi observada uma maior contaminação nas barras do alto no ônibus 3 e nas barras laterais no ônibus 1. Na comparação feita entre as barras laterais foi observado diferença estatística significativa entre os ônibus 1 e 2 com p= 0,02, e entre os ônibus 1 e 3 (p= 0,03), mas não foi observado diferença significativa entre os ônibus 2 e 3 (p= 0,13). Ocorreu diferença significativa entre a contaminação das barras do alto dos ônibus 2 e 1 com p= 0,03, e entre os ônibus 1 e 3 com p= 0,01, não foi observado diferença significativa entre os ônibus 2 e 3 (p= 0,06). A existência de micro-organismos nas barras de ônibus faz com que as mesmas sejam consideradas reservatórios de patógenos e, portanto, focos potenciais de contaminação.