Resumo

Espécies da família Cactaceae fazem parte de ambientes naturais em todas regiões do mundo. Entre as cactáceas cultivadas em larga escala, destaca-se a espécie Opuntia fícus-indica (L.) Mill. conhecida popularmente como palma-forrageira.A origem dos patógenos deste cacto é principalmente de natureza fúngica que atacam os cladódios do cacto. A busca de novas substâncias que possam substituir produtos sintéticos utilizados no controle destes agentes causadores de doença encontram-se nas plantas uma alternativa de interesse econômico e ecológico bastante promissor. Entre estas alternativas estão os micro-organismos endofíticos. O presente estudo, objetivou testar o potencial antagônico de espécies de fungos endofíticos isolados de cactáceas contra fungos fitopatogênicos isolados de palma-forrageira. Para o teste, foram selecionadas as seguintes espécies de fungos endofiticos: Trichoderma viride (URM 6823), Fusarium oxysporum (URM 6704), Cladosporium sphaerospermum (URM 6862), Tritirachium dependens (URM 6822), estas estão depositadas na Micoteca URM/UFPE. Para os representantes dos fitopatogênicos foram utilizados isolados de Alternaria alternata, Fusarium solani, Cichilliobollus australiensis, Scytalidium lignicola e Curvularia eragrostidis. Discos de ágar do patógeno e do endófito contendo micélio e conídios foram colocados em placas de Petri, contendo meio de cultura batata-dextrose-ágar (BDA), a uma distância de aproximadamente 1,0 cm da borda em posições opostas. As culturas foram incubadas por até 15 dias. Após o tempo de incubação, foram avaliados os critérios para determinação de atividade antagônica descritos pela literatura específica que atribui escala de 1 à 5 para determinar o potencial de antagonismo de cada mocro-organismo. Das espécies de fungos endofíticos utilizadas, apenas a espécie do gênero Trichoderma obteve resultado positivo, mostrando-se antagônica de 100% das espécies testadas com índice 5 de antagonismo, índice este, que é resultado pela eliminação ou neutralização do patógeno. As demais espécies receberam índice 1-2, não sendo consideradas eficientes para combater patógenos de palma-forrageira. Faz-se necessário o estudo de metabólitos produzidos por esses fungos com potencial antagônico e encontrar neles, uma alternativa de minimizar os danos causados por fungos fitopatogênicos sem o uso de substâncias sintéticas que são consideradas altamente tóxicas.