Resumo

Em virtude da grande utilização do petróleo e seus derivados, constantemente ocorrem acidentes envolvendo vazamentos de óleo que ocasionam danos incalculáveis aos ecossistemas. Diversas tecnologias de remediação vêm sido desenvolvidas, destacando-se entre elas a biorremediação, técnica que utiliza micro-organismos na remediação de ambientes. Neste contexto, o objetivo deste trabalho foi avaliar o potencial da P. aeruginosa UCP/WFCC 0099 na biodegradação de diesel, biodiesel de oleaginosa de girassol, biodiesel da oleaginosa do algodão, gasolina e querosene. A cepa foi aclimatada no meio sólido Luria Bertani(LB) contendo diferentes concentrações de Diesel(2,4,6,8,10,12 e 15%), e posteriormente mantida nas mesmas concentrações de Diesel. A cepa não aclimatada foi usada como controle. As culturas aclimatadas e não aclimatadas foram transferidas para meio liquido LB e mantidas sob agitação orbital de 150rpm, 30ºC por 24 horas. Em seguida, foram preparadas suspensões de 10⁷ células/mL em água estéril e 0,4mL de cada suspensão celular foi inoculada em tubos de ensaio contendo 5mL do meio Bushnell-Haas(BH), 5µL do indicador 2,6diclorofenol-indofenol(DCPIP) e 50µL dos substratos hidrofóbicos(combustíveis). As amostras foram incubadas sob agitação orbital de 200rpm e temperatura de 30ºC por trinta dias. A indicação do potencial de biodegradação de P.aeruginosa aclimatada foi determinado pela utilização do indicador redox DCPIP no meio, sendo analisado ao final por espectrofotometria UV/Vis(λ=610nm). O uso do indicador é justificado visto que o mesmo age como aceptor de elétrons provenientes da biodegradação da fonte de carbono, alterando a coloração de azul para incolor. Os resultados obtidos demonstraram que a cepa aclimatizada em todas as concentrações de diesel foi capaz de degradar os dois tipos de biodiesel utilizados. No entanto, o diesel foi degradado pelas cepas 0,2,6,10 e 15%. Estes resultados foram comprovados após a leitura por densidade óptica. Os melhores resultados de biodegradação encontrados foram de 82,5% para o biodiesel de girassol, 82,1% para o biodiesel de algodão e 53,7% para o diesel, a percentagem foi calculada pela leitura da absorbância usando as cepas aclimatadas a 15% para os biodiesel e 2% para diesel, enquanto que os demais substratos obtiveram degradação menor que 20%. A P. aeruginosa demonstrou excelente potencial de biodegradação de combustíveis, apresentando-se como uma alternativa promissora para minimizar os impactos ambientais.