27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1343-1


Poster (Painel)
1343-1Atividade ligninolítica de Pleurotus em fermentação fase sólida
Autores:Mariano, G. (ESALQ/USP - Escola Superior de Agricultra Luiz de Queiroz) ; Souza, G. (CENA/USP - Centro de Energia Nuclear na Agricultura) ; Silva, G. H. (CENA/USP - Centro de Energia Nuclear na Agricultura) ; Monteiro, R. T. R. (CENA/USP - Centro de Energia Nuclear na AgriculturaESALQ/USP - Escola Superior de Agricultra Luiz de Queiroz)

Resumo

Enzimas ligninolíticas de basidiomicetos do gênero Pleurotus tais como, lacase (Lac) e manganês-peroxidase (MnP) têm sido consideradas como as mais eficientes na degradação de diversos compostos. Corantes têxteis são recalcitrantes e não respondem bem aos tratamentos de efluentes clássicos, entretanto têm se mostrado suscetíveis a tratamentos enzimáticos. Compostos como corantes azo, antraquinonas e derivados de trifenilmetano, podem ser usados como substrato. Com objetivo de avaliar a capacidade de descoloração do corante índigo por duas espécies do gênero Pleurotus, P. sajor-caju e P. ostreatus (shimeji), três discos de micélio, de cada espécie, em quatro repetições, desenvolvido por sete dias em meio de malte foram transferidos para sacos plástico contendo 15 g de bagaço de cana-de-açúcar, umedecidos com 30 mL de vinhaça. O material foi incubado em BOD por 14 dias à temperatura de 28°C. Para análise das atividades enzimáticas e sua eficiência na descoloração do índigo (0,02% m/v, pH= 4,5), foram adicionados 90 mL de tampão citrato-fosfato (pH= 5) em 3 g de bagaço inoculados e agitados por cinco minutos. Após filtração em filtro 47 mm de fibra de vidro, o sobrenadante foi coletado e utilizado nas medidas de atividade enzimáticas e descoloração. A atividade de Lac em P. sajor-caju e P. ostreatus foi, respectivamente, de 0,43 e 14 UI; MnP não foi detectada em ambos. O corante foi mantido a 35°C nas seguintes proporções corante/solução enzimática v/v: 0,2, 0,4 e 0,8. A descoloração foi medida em espectrofotômetro (580nm), após 20 min de reação. Para avaliação da descoloração do índigo direto pelo fungo + bagaço utilizou-se 4 g de bagaço, inoculados ou não, inseridos em frascos contendo 20 mL de corante a 35°C. A descoloração foi medida em espectrofotômetro, após 15 minutos. Os dados foram analisados pelo teste de Tuckey (p>0,05). Em relação às diferentes proporções corante/solução enzimática, verificou-se que o melhor tratamento foi com P. sajor caju e 20% de corante (74% de descoloração). P. ostreatus atingiu 59% de descoloração na mesma proporção. O ensaio com bagaço não inoculado mostrou 88% de descoloração, por adsorção, e o bagaço inoculado com P. sajor-caju e P. ostreatus mostraram, respectivamente, 93 e 91%. Conclui-se que as duas espécies são capazes de descolorir o corante índigo por via enzimática e que o tratamento com bagaço de cana-de-açúcar inoculado por estas mostra o efeito duplo da adsorção e da atividade enzimática sobre a descoloração.