Resumo

A mineralização e disponibilidade de nutrientes da palhada da cana-de-açúcar para o solo ocorrem pela ação dos microrganismos do solo, e é dependente de fatores como temperatura, umidade, aeração, relação C/N, e teores de lignina, celulose, hemicelulose e polifenóis. Quando da adubação nitrogenada, o aproveitamento do nutriente geralmente é baixo (imobilização microbiológica), devido ao fato da palhada da cana-de-açúcar ser um material vegetal de alta relação C/N. Assim, objetivou-se com este trabalho identificar a influencia da temperatura de incubação na disponibilidade de potássio (K⁺) da palhada da cana-de-açúcar incorporada ou superficial, em Latossolo Vermelho-Amarelo Distrófico. O experimento foi conduzido entre os meses de maio a agosto do ano de 2012 no laboratório de pedologia da Universidade Federal de Uberlândia. O solo em estudo foi coletado em uma área sob cultivo de cana-de-açucar (latitude 19º13'00,22''S e longitude 48º08'24,80''W), classificada como Latossolo Vermelho-Amarelo Distrófico tipíco. O experimento foi estabelecido em delineamento em blocos casualizados, com três repetições. O fatorial 3x2x2 foi correspondente a três temperaturas de incubação (20,25 e 30ºC), dois manejos da palhada no solo (adição de 20 mg de palhada ha^-1, superficialmente incorporado ao solo) e adubação nitrogenada (0 e 120 kg N ha ^-1). Os potes foram incubados por 80 dias em BOD regulado para as temperaturas especificas de incubação (20,25 e 30ºC a capacidade de campo, monitorada diariamente. A disponibilidade de potássio (K⁺) foi determinada de acordo as metodologias propostas por Tedesco et al (1995). A disponibilidade de K⁺ no solo neste experimento verificou-se uma interação significativa entre as temperaturas, a ação dos microrganismos do solo e o manejo da palhada (P<0,05). Dentre os manejos, a palhada incorporada teve um acréscimo de 68,43% de K⁺ a mais em relação à palhada na superfície do solo, onde a ação dos microrganismos do solo é menor, foi maior em todas as temperaturas, exceto à 30°C, Assim, ao final do experimento constatou-se uma taxa de mineralização para o manejo da palhada incorporada de 79,49% de K⁺, enquanto para a aplicação superficial a taxa de mineralização do K⁺ foi de 54,24%. Com a incubação do solo a 20ºC foi possível constatar maior incremento de K⁺ ao solo e obtendo um respectivo acréscimo de 21,19% e 48,44%, comparando-o com as temperaturas de 25 e 30ºC. Contudo, quando a palhada manteve-se na superfície do solo não foi possível constatar uma diferença significativa entre as temperaturas. A palhada de cana-de-açúcar quando incorporada ao solo proporciona um aumento da ação dos microrganismos do solo e um acréscimo de potássio em relação à palhada com manejo superficial.