27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1316-1


Prêmio
1316-1Toxicidade oral de Photorhabdus luminescens e Xenorhabdus nematophila (Enterobacteriaceae) sobre larvas de Aedes aegypti (Diptera: Culicidae)
Autores:Silva, J.L.R. (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Silva, O.S. (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Prado, G.R. (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Silva, C.E. (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Costa, M. (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Heermann, R. (LMU - Ludwig-Maximilians-Universität München)

Resumo

INTRODUÇÃO: A dengue é uma importante arbovirose, e é transmitida principalmente pela picada do mosquito Aedes aegypti. Até a data, não existem vacinas ou medicamentos eficazes disponíveis contra esta doença. O controle do mosquito é praticamente o único método disponível para diminuir a disseminação do vírus da dengue. Este controle tem sido baseado principalmente no uso de inseticidas químicos, aos quais as populações do mosquito estão se tornando resistentes. Desse modo, a busca por estratégias alternativas e de baixo custo se faz necessária. Xenorhabdus e Photorhabdus são bactérias Gram-negativas entomopatogênicas, as quais são encontradas associadas simbioticamente a larvas de alguns nematódeos, que por sua vez são altamente patogênicos para larvas de insetos. METODOLOGIA: Neste trabalho foi avaliada a toxicidade oral dessas bactérias em larvas de A. aegypti. A suscetibilidade das larvas (3º instar final e/ou 4º inicial) foi avaliada expondo-as a suspensões contendo Photorhabdus luminescens ou Xenorhabdus nematophila, respectivamente. Como controles foram utilizadas suspensões de Escherichia coli e Enterococcus faecalis, além de outro controle com água destilada, apenas. As suspensões foram ajustadas para DO600= 1.0. Dois conjuntos de larvas foram testados: um grupo recebeu alimentação e o outro não. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Após 24 horas, as larvas começaram a morrer quando expostas às bactérias. P. luminescens matou 73% das larvas no grupo que foi alimentado e 83% no grupo não alimentado, respectivamente. Em comparação X. nematophila pareceu ser menos patogênica, matando 52% das larvas alimentadas e 42% no grupo alimento. Não houve diferença significativa entre a mortalidade nos controles. Notavelmente, canibalismo foi observado após a exposição das larvas para ambas as espécies de bactérias em todos os bioensaios realizados. CONCLUSÃO: Para nosso conhecimento, este é o primeiro relato demonstrando que as bactérias entomopatogênicas são eficientes por via oral em A. aegypti, e nossos resultados constituem uma base promissora para o uso dessas bactérias como bioinseticidas para controle de mosquito no futuro.