27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1315-1


Poster (Painel)
1315-1Avaliação do Extrato Etanólico da ‘Sucupira’ (Pterodon spp.) na diminuição da taxa viral do BoHV-1 Colorado em embriões murinos infectados experimentalmente.
Autores:Palazzi, E.G. (IB-SP - Instituto Biológico de São PauloBIOTEC/ICB/USP - Universidade de São Paulo_Interunidades em Biotecnologia) ; HANSEN, D. (IB-SP - Instituto Biológico de São Paulo) ; NOGUEIRA, A.H.C. (IB-SP - Instituto Biológico de São Paulo) ; PITUCO, E. M. (IB-SP - Instituto Biológico de São Paulo) ; FELICIO, J. D (IB-SP - Instituto Biológico de São Paulo) ; GONÇALVES, F. R. (IB-SP - Instituto Biológico de São Paulo) ; STEFANO, E. (IB-SP - Instituto Biológico de São Paulo) ; LIMA, M.S. (IB-SP - Instituto Biológico de São Paulo) ; MARTINS, M.S.N. (IB-SP - Instituto Biológico de São Paulo) ; OKUDA, L.H. (IB-SP - Instituto Biológico de São Paulo) ; VICENTE, E.J. (BIOTEC/ICB/USP - Universidade de São Paulo_Interunidades em Biotecnologia)

Resumo

Apesar do maior controle em relação à transmissão de agentes patogênicos pelas biotécnicas da reprodução animal, há, ainda, paradoxalmente, potencial para a transmissão de doenças apresentado por transferência de embriões de bovinos o que continua a ser uma preocupação justificável para as agências reguladoras. Por isso, o uso de outras proteases ou de agentes antivirais durante o período de manipulação in vitro pode ser uma alternativa valiosa para produzir embriões livres de patógenos. O objetivo deste trabalho foi o de avaliar o potencial do extrato etanólico (EE) de ‘Sucupira’, Pterodon emarginatus (Pe), na diminuição da taxa viral em embriões murinos em um período que simula o tempo de Maturação in vitro (MIV), de 24h. A casca dos frutos de Pe foram moídos e utilizados para obtenção do extrato etanólico. Camundongos fêmeas Swiss com idade entre 6 e 8 semanas, foram superovuladas com 0,2mL a 5UI de hormônios (eCG e hCG), e acasaladas com machos da mesma idade. Após 18 horas, as fêmeas sofreram eutanásia em câmara de CO2 e, através de abertura no peritônio, os zigotos foram coletados e lavados com solução de pronase 0,5%. Primeiramente foi realizado testes de toxicidade em embriões murinos. Os zigotos foram, então, separados em grupos: G1 (controle), G2 (exposto à 10µL de BoHV-1 Colorado à 108/mL TCID50/mL), G3 (grupo exposto à 10µL de EE-Pe à 0,1% em solução salina estéril) e G4 (exposto aos vírus e ao EE-Pe sob condições já descritas). Foi analisado o aspecto morfológico dos embriões, a taxa de clivagem, co-cultura dos grupos de embriões em MDBK após 72h e titulação para verificação da taxa viral. Para a comparação da taxa de clivagem entre grupos G1xG2 e G1xG4 foi usado o teste exato de Fisher e para a titulação dos grupos G1 e G4 foi usado o teste de Mann-Whitney. A concentração não tóxica de EE-Pe encontrada foi de 0,1%. Somente o grupo G2 apresentou alterações morfológicas como aspecto degenerativo e granulações. As taxas de clivagem foram: G1, 76% (145/190); G2, 52% (117/226); G3, 69% (143/207) e 70% (314/448). Não houve diferença significativa (p<0,05) em relação à taxa de clivagem entre os grupos G1xG4 e G1xG3. A média para os títulos dos 4 ensaios provenientes da co-cultura dos embriões em células MDBK foram: G2 igual a 2,08x107 TCID50/mL e G4 igual a 3,79x102TCID50/mL. Considerando a titulação, houve diferença significativa (p<0,05; P=0,0286) entre os grupos G2 e G4, fato que demonstra a redução na taxa viral quando os embriões foram submetidos ao tratamento de EE-Pe por 24h. Esses resultados se complementam, evidenciando que o EE-Pe tende a reduzir a taxa viral sem interferir, aparentemente, no desenvolvimento celular.