27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1313-1


Poster (Painel)
1313-1Utilização das proteínas gp19 e gp36 para detecção de diferentes genotipos de Ehrlichia canis em cães naturalmente infectados no Rio de Janeiro, Brasil.
Autores:Ferreira, R.F. (UFF - Universidade Federal Fluminense) ; Almosny, N.R.P. (UFF - Universidade Federal Fluminense) ; Castro, T.X. (UFF - Universidade Federal Fluminense) ; Ferreira, E.O. (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Neves, F.P.G. (UFF - Universidade Federal Fluminense) ; Cerqueira, A.M.F. (UFF - Universidade Federal Fluminense)

Resumo

A Erliquiose Monocítica canina (EMC) é uma enfermidade transmitida por carrapatos e tem como agente etiológico a bactéria intracelular obrigatória Ehrlichia canis. Umas das maiores dificuldades enfrentadas pelos veterinários é o diagnóstico preciso da doença devido à grande variedade dos sinais clínicos inespecíficos apresentados durante a infecção como anorexia, apatia, febre, hepatomegalia, esplenomegalia e linfadenopatia. Por essa razão, o principal objetivo deste estudo foi correlacionar os achados clínicos de animais tratados em clínicas veterinárias nas regiões serrana e metropolitana do Estado do Rio de Janeiro com possíveis diferentes genótipos de E. canis existentes, utilizando os genes que codificam duas glicoproteínas imunogênicas de membrana e de fase aguda, a gp19 (414 pb) e a gp36 (~800 pb). Por ser mais conservada, a proteína gp19 vem sendo utilizada para pesquisas relacionadas à produção de vacinas, enquanto que a gp36 para a tipificação bacteriana. Para o estudo, o sangue de 300 cães foi coletado para a realização da reação em cadeia da polimerase (PCR) utilizando iniciadores espécie-específicos e, seus sinais clínicos e alterações hematológicas anotados. Dezessete amostras (seis da zona rural e 11 de áreas urbanas) foram positivas para E. canis utilizando-se iniciadores que tinham como alvo a subunidade 16S RNAr. Todos os produtos obtidos da PCR foram sequenciados. As amostras de E. canis-positivas apresentaram uma identidade com os protótipos já existentes, que variou entre 95,7% e 100%. Para os genes codificadores das proteínas gp19 e gp36 a mesma metodologia foi empregada, utilizando iniciadores com alvo intergênico (gp19F/gp19R e gp36F/gp36R). Treze sequências dos genes que codificam para as proteínas gp19 (11) e gp36 (2) também foram analisadas. As 11 sequências de nucleotídeos codificadores para a gp19 se mostraram altamente conservadas, enquanto que as duas codificadoras para gp36 apresentaram características semelhantes com diferentes genótipos do Brasil e do mundo. Tomando em conjunto os diferentes aspectos clínicos e hematológicos dos animais deste estudo, a variação nas sequências dos genes que codificam para a proteína gp36 e a co-existência de diferentes genótipos no mundo, pode-se concluir que existem dois genótipos diferentes circulantes no Rio de Janeiro, sugerindo que a grande variação na apresentação dos sinais clínicos e alterações hematológicas da doença estejam relacionados a este fato.