Resumo

O uso de plantas de cobertura do solo, capazes de fixar nitrogênio atmosférico em simbiose com rizóbios, é uma estratégia capaz de aumentar a sustentabilidade dos agroecossistemas, trazendo benefícios para as culturas de interesse econômico, o solo e o ambiente, mostrando-se uma alternativa economicamente viável e ecologicamente sustentável. O objetivo deste trabalho foi avaliar a produção inicial de biomassa e a nodulação de leguminosas como plantas de cobertura em pomar de maracujá no Agreste de Pernambuco. Os tratamentos consistiram no cultivo, nas entrelinhas do maracujá, de diferentes leguminosas: crotalária (Crotalaria juncea), feijão-guandu (Cajanus cajan) e feijão-de-porco (Canavalia ensiformis (L.) DC.). As mudas de maracujá foram plantadas usando sistema de espaldeira utilizando um espaçamento de 2,5 m entre linhas e 4 m entre plantas. Foi utilizado um delineamento experimental em blocos ao acaso com 4 repetições. A densidade de plantio (sementes m-1) das leguminosas foram: 30 a 35 para crotalária, de 20 a 30 para o feijão-guandu e de 6 a 10 para o feijão-de-porco. A avaliação da produção de biomassa aérea e número de nódulos das leguminosas, na profundidade de 0 a 20 cm, foram feitas aos 45 dias após o plantio. As três leguminosas nodularam abundantemente, apesar de não terem sido usados inoculantes rizobianos, mesmo não sendo espécies nativas, o feijão-de-porco, a crotalária e o feijão-guandu conseguem reconhecer e nodular com uma ampla população de rizóbios compatíveis com as três espécies, com destaque para o feijão-de-porco, que produziu mais de 70 kg ha-1 de nódulos. A grande biomassa de nódulos, aliada à grande produção de biomassa, são indicativos de que o feijão-de-porco tem o potencial de fixar grande quantidade de N atmosférico quando cultivado na região, disponibilizando esse nutriente para o solo à medida que sua biomassa se decomponha.