27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1292-1


Poster (Painel)
1292-1PRODUÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE UM XILANASE PRODUZIDA POR ASPERGILLUS SIDOWII ISOLADO DE BAGAÇO DE CANA-DE-AÇÚCAR.
Autores:Santos, B. S. L. (UFU - Universidade Federal de Uberlândia) ; Gomes, A. F. S. (UFU - Universidade Federal de Uberlândia) ; Fransciscon, E. G. (UFU - Universidade Federal de Uberlândia) ; Bafii, M. A. (UFU - Universidade Federal de Uberlândia)

Resumo

Frente às mudanças climáticas a busca por tecnologias mais limpas de produção de combustíveis tem sido alvo frequente de diversas pesquisas. Aliado a isso, a possibilidade de utilização de resíduos agroindustriais como fonte de energia para a produção de biocombustíveis, como o bioetanol por exemplo, apresenta-se como uma alternativa viável uma vez que, além de ser uma biomassa rica em polímeros que podem ser transformados em açucares fermentescíveis, a sua utilização reduz os impactos causados pela deposição destes resíduos no solo. Para que essa transformação dos polímeros ocorra, no entanto, é necessária a utilização de enzimas capazes de degradar tais compostos. Dentre essas enzimas, as xilanases, empregadas para a hidrólise da hemicelulose são de fundamental importância, pois conseguem manter a integridade da celulose, tornando-a disponível para a produção de etanol de segunda geração. O presente trabalho conduziu a produção e caracterização de xilanase por uma linhagem fúngica mesofílica isolada do bagaço de cana-de-açúcar e identificada por técnicas moleculares de reação em cadeia da polimerase (PCR) seguida de sequenciamento gênico da região ITS do DNA ribossômico como pertencente à espécie Aspergillus sidowii. Na produção da enzima por fermentação em estado sólido (FES), foram utilizados como substratos os resíduos bagaço de cana-de-açúcar e farelo de trigo, na proporção (1:1). A curva de produção apresentou pico à 4 dias de crescimento, demonstrando uma atividade de 20 U/g de substrato. O pH e temperatura ótimos foram determinados como 4,5 e 55°C, respectivamente. Além disso, a enzima apresentou estabilidade na faixa de pHs de 4,0 à 7,0 e, de 60% ou mais nas temperaturas de 30 a 45°C. A enzima, ainda foi analisada na presença de etanol e apresentou inibição de atividade em concentrações superiores a 25%. Tais resultados indicam que este extrato enzimático possui características físico-químicas adequadas para potencial aplicação em processos de sacarificação enzimática e produção de bioetanol.