27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1285-2


Poster (Painel)
1285-2Análise da alteração na expressão de proteínas de membrana externa em isolados ambientais de Escherichia coli resistentes a antimicrobianos
Autores:Canal, N. (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Bastos, M.R. (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Meneghetti, K.L. (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Otton, L.M. (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Pastore, A.P.W (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Corção, G. (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul)

Resumo

A resistência de antimicrobianos pode ser expressa de maneira intrínseca através da superexpressão de bombas de efluxo e perda de expressão de proteínas de membrana externa (OMP). Em E. coli, OmpC e OmpF controlam a permeabilidade da membrana externa, a alteração ou perda de expressão dessas OMPs pode estar a associada a resistência a antimicrobianos como ampicilina, tetraciclina e quinolonas. Estudos demonstram que o controle da expressão de OMPs e bombas de efluxo podem ocorrer por uma via em comum. O objetivo deste trabalho foi analisar o perfil de OMPs obtidos a partir de mutantes de E.coli resistentes a antimicrobianos. Nesse trabalho foram utilizados 60 isolados de E.coli multirresistentes a antimicrobianos. Em um estudo prévio foi observado nesses isolados a redução da Concentração Inibitória Mínima (CIM) para tetraciclina na presença do inibidor de bomba de efluxo, sugerindo que o mecanismo de resistência seja por superexpressão de bomba de efluxo. Para investigar a perda da expressão OMPs, foram realizadas passagens sucessivas dos isolados em placas de TSA sem antimicrobiano e a redução da CIM dos isolados foi monitorada a cada passagem. Ao atingir a CIM para a sensibilidade ao antimicrobiano (mutante 1), foi realizada a extração das OMP do respectivo isolado. Um segundo mutante (mutante 2) foi obtido a partir do mutante 1, através da passagem sucessiva em TSA contendo concentrações crescentes do antimicrobiano. Ao atingir a CIM inicial foi realizada novamente extração da OMP do respectivo isolado. Para análise fenotípica das OMPs, os mutantes 1 e 2 dos isolados foram cultivados em caldo BHI para posterior extração e análise por SDS-PAGE. Foi observado que somente 3 (5%) isolados apresentaram redução da CIM após 17 passagens sucessivas em placas TSA sem tetraciclina (CIM do mutante 1 obtida nos 3 isolados: 8µg/mL; 4µg/mL; 4µg/mL). Após passagens sucessivas em placas contendo concentrações crescentes de tetraciclina, esses isolados atingiram novamente a CIM inicial (512 µg/mL; 512 µg/mL; 128 µg/mL). Nos isolados que não apresentaram redução CIM após sucessivas passagens na ausência do antimicrobiano, as OMPs foram extraídas a partir de cultivo na presença do antimicrobiano, a fim de verificar alterações no perfil das proteínas. Até o momento, a análise das OMPs por SDS-PAGE foi realizada em 15 isolados que não apresentaram redução da CIM e não foi observada nenhuma mudança no perfil das OMP, sugerindo que a resistência possa ser por outro mecanismo.