Resumo

O Brasil devido à diversidade de sua flora apresenta um comércio de plantas medicinais devido ao alto custo dos medicamentos industrializados, ou pela população em busca de consumir o que é natural devido ao pensamento de que o que é natural não faz mal. As plantas medicinais são de grande importância para a população, principalmente pelas de baixa renda. Foi realizado um levantamento das principais plantas medicinais utilizadas por 80 mães atendidas em Unidades de Pronto Atendimento (UPAS) para o tratamento de diarreia infantil. As principais plantas medicinais citadas foram: carqueja, casca da árvore de goiaba, camomila, casca de romã, casca da maçã e semente de abacate. Também foi revelado por 90% das mães que compravam as plantas no comercio informal, principalmente em feiras livres e camelôs no centro da cidade de Mossoró. O objetivo do trabalho foi avaliar a população de bolores e leveduras, coliformes termotolerantes, das plantas comercializadas em Mossoró para tratar a diarreia infantil. Foram compradas cinco amostras de cada planta mensalmente durante um ano e três pontos comerciais de Mossoró: Central de Abastecimento de Alimentos (COBAL), Mercado Central e Mercado do Alto da Boa Vista. A metodologia adotada foi à avaliação das contaminações por coliformes fecais, bolores e leveduras, pelo método descrito em APHA (1992). Os resultados das análises microbiológicas realizadas indicaram que a maioria das amostras (70%) não atendia os parâmetros estabelecidos pela OMS, tanto para utilização da planta medicinal na forma de chá e ingestão direta, como é o caso da casca da romã. A maioria das amostras foi reprovada pelo fato de apresentar contagens de microrganismos aeróbios e de bolores e leveduras elevadas. Os dados são preocupantes, uma vez que estas plantas são utilizadas para tratamento de diarreia em crianças, que é um grupo vulnerável. Considerando o aumento do uso plantas medicinais surge à preocupação com a qualidade das mesmas, de forma a proteger o consumidor.