27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1265-1


Poster (Painel)
1265-1AVALIAÇÃO DO EFEITO DE SURFACTANTES BIOLÓGICOS E SINTÉTICOS SOBRE LARVAS, PUPAS E INSETOS ADULTOS DE Culex sp. e Aedes aegypti
Autores:Parreira, A. G. (UFSJ/CCO - Universidade Federal de Sao Joao del Rei-Campus Centro OesteFUNEDI - Fundação Educacional de Divinópolis) ; Rachid, M.B. (CEFET-MG - Centro Federal de Educação Tecnológica de MInas Gerais) ; Manso, D. T. G. (CEFET-MG - Centro Federal de Educação Tecnológica de MInas Gerais) ; Alves, S. N. (UFSJ/CCO - Universidade Federal de Sao Joao del Rei-Campus Centro Oeste) ; Castro, A. A. P. O. (UFSJ/CCO - Universidade Federal de Sao Joao del Rei-Campus Centro Oeste) ; Santos, G. (CEFET-MG - Centro Federal de Educação Tecnológica de MInas Gerais) ; Assis, G. (CEFET-MG - Centro Federal de Educação Tecnológica de MInas Gerais) ; Silva, B.A.B (CEFET-MG - Centro Federal de Educação Tecnológica de MInas Gerais) ; Totola, M. R. (UFV - Universidade Federal de Viçosa)

Resumo

Surfactantes são compostos que reduzem tensões superficiais ou interfaciais e apresentam importantes propriedades como detergência, emulsificação, lubrificação, capacidade espumante, solubilização e dispersão de fases.Surfactantes de origem biológica, biossurfactantes, apresentam baixa toxicidade, são emulsificantes e ainda biodegradáveis. Relatos na literatura indicam que surfactantes apresentam acentuada ação mosquitocida, graças, sobretudo a sua capacidade de redução de tensões superficiais água/ar. O presente estudo propôs avaliar a ação de surfactantes biológicos e sintéticos sobre larvas, pupas ou insetos adultos de Culex sp. e Aedes aegypti. Foram avaliados os efeitos de Triton X, SDS e Tween 80 e dos biossurfactantes ramnolipídeos e surfactina, produzidos por Pseudomonas aeruginosa LBBMA 201 e B. subtilis LBBMA 191 incubados a 30ºC e 150 rpm por 18h em meio mineral contendo glicose.Após incubação e centrifugação, foi avaliada a tensão superficial do sobrenadante. Amostras indicativas da presença de biossurfactantes foram submetidas a extração ácida. A concentração dos biossurfactantes foi determinada por CLAE. Copos de plástico foram preenchidos com 100 mL de soluções aquosas contendo os surfactantes avaliados e adicionadas 20 larvas de Culex sp. em cada um, em terceiro ou quarto estágios, sendo monitorados a cada 24 horas por até 5 dias mantidos a 30°C, observando-se o número total de larvas, pupas e insetos, vivos ou mortos. Para os sintéticos, os resultados para Triton X foram os melhores, já que após 48h não se encontrava quaisquer espécimes vivas. Para Tween 80, somente após 48h e a 0,1M todos os espécimes encontravam-se mortos. Por se tratar de substâncias sintéticas, sua aplicação exige maiores estudos a fim de se avaliar potenciais efeitos nocivos sobre o homem ou meio ambiente. Para ramnolipídeos, observou-se atraso no surgimento de indivíduos adultos, não detectando-se o real efeito dos surfactantes sobre a fisiologia, histologia ou metabolismo dos espécimes. Os resultados obtidos com a surfactina foram bastante promissores, já que ao final de 48h de exposição, observou-se apenas 40% de larvas vivas em todas as concentrações testadas e ao final de 96h somente 25% do total de espécimes estavam vivas. Tal fato é de grande relevância ao se mostrar um potencial biopesticida no combate a infestação de mosquitos transmissores de doenças ou tidos como pragas agrícolas. Estudos preliminares indicaram efeitos significativos com o uso dos biossurfactantes frente a espécimes de A. aegypti, estando os experimentos ainda em curso. Com os resultados obtidos nesse trabalho observamos grande potencial no uso dos biossurfactantes aqui produzidos no desenvolvimento de novos biopesticidas, menos tóxicos e biodegradáveis. Abrem-se assim novas perspectivas para aplicação desses tensoativos em substituição aos inseticidas convencionais necessitando-se para isso estudos adicionais. Agencia: FAPEMIG