Resumo

Microrganismos endofíticos habitam o interior das plantas, tanto na parte aérea, como em caules e folhas, quanto em raízes, sem ocasionar prejuízo aos seus hospedeiros. Devido à importância que desempenham na agricultura, os endófitos de gramíneas são os mais estudados até o momento. Espécies de Panicum maximum e Pennisetum purpureum são forrageiras indicadas para a produção de bovinos, e quando infectadas por endófitos possuem características de interesse agropecuário, tais como o maior número de colmos e acumulação de matéria seca, maior tolerância às condições extremas do ambiente, resistência a fitopatógenos e ao ataque de insetos. Além disso, esses microrganismos podem produzir compostos de interesse biotecnológico como o taxol e a fitoalexina, substâncias muito utilizadas nas indústrias farmacêutica e química. O objetivo deste trabalho foi isolar fungos endofíticos das gramíneas forrageiras Panicum maximum e Pennisetum purpureum. Amostras de diferentes cultivares dessas duas espécies foram coletadas e os colmos usados para o isolamento dos fungos endofíticos. Estes colmos foram cortados em discos e tratados com etanol 96% e hipoclorito de sódio (5%). Posteriormente, fragmentos destes discos foram semeados em placa de Petri contendo meio BDA /cefotaxima. As placas foram mantidas a 25°C e os fungos epifíticos eliminados desta preparação. Foram isolados 113 fungos endofíticos, sendo 38 de Panicum maximum cv. Mombaça, 11 da cv. Tanzânia, 13 da cv. Makueni, 11 da cv. T65, 2 da cv. Vencedor, 3 da cv. IZ1 Colonião, 16 da cv. Milênio, 5 da cv. Tobiatã, 4 da cv. Massai, 2 da cv. Colonião e 8 de Pennisetum purpureum cv. Mott. Vários fungos isolados apresentaram características morfológicas distintas, inclusive dentro de uma mesma planta. Estes fungos serão identificados e avaliados quanto ao potencial antifúngico a fitopatógenos.