Resumo

A Leptospirose é uma zoonose cosmopolita, emergente principalmente em regiões de clima quente e úmido, tropicais e subtropicais. Dentre as patologias que afetam economicamente a criação de equinos, a Leptospirose equina toma destaque por ser emergente e de fácil disseminação, podendo se apresentar assintomática ou com sintomatologia aguda bem marcante, sendo uma das principais afecções oculares em equinos, manifestando uveíte recorrente, além de nos últimos anos ter sido apontada em muitos estudos como causa de abortamentos em éguas. Os equinos podem ser importantes reservatórios, disseminando Leptospiras sp. através da urina, sangue e secreções. A afecção em equinos geralmente é inaparente, porém pode acarretar principalmente uveíte recorrente, abortamentos, natimortos, morte embrionária precoce e recorrência de cio. Em razão dos prejuízos econômicos gerados pelos abortamentos, e com a intenção de identificar os sorovares de Leptospiras sp. mais prevalentes em equinos, decidiu-se por elaborar um perfil sorológico inédito no município de Brusque, Santa Catarina. O presente estudo foi realizado com 90 éguas de manejo reprodutivo, testadas por meio da Soroaglutinação Microscópica (SAM) para 24 sorovares de Leptospira interrogans. Foram evidenciados 57 (63,33%) animais soropositivos para Leptospirose, tendo a maior soroprevalência o sorogrupo Icterohaemorrhagiae sorovar Icterohaemorrhagiae, com uma frequência de 51,11%, seguido pelo sorogrupo Pomona sorovar Pomona com 45,56% e sorogrupo Australis sorovar Bratislava com 43,33%. O presente estudo gerou uma soroprevalência inédita em éguas de reprodução, identificando que a Leptospirose equina é endêmica na região que abrange as propriedades avaliadas. Com base nestes resultados, conclui-se a necessidade de adoção de medidas profiláticas, que dificultem a disseminação e manutenção da Leptospira sp. no ambiente, assim como o tratamento e prevenção dos equinos na região do Vale do Itajaí, Santa Catarina.