Resumo

O milho é uma das fontes de carboidratos mais consumidas em todo o mundo. Como todo cereal, necessita de grandes quantidades de nitrogênio para completar o seu desenvolvimento e obter alta produtividade. Bactérias fixadoras de nitrogênio têm sido utilizadas como prática alternativa, na redução da aplicação de fertilizantes nitrogenados, diminuindo o custo na semeadura e a contaminação do solo através dos compostos nitrogenados. Dessa forma, objetivou-se com o presente trabalho avaliar o desenvolvimento de plantas de milho inoculadas com bactérias diazotróficas e cultivadas em LATOSSOLO de cerrado. O experimento foi conduzido na casa de vegetação da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Rondonópolis, em delineamento inteiramente casualizado, com seis tratamentos, quatro repetições e um híbrido de milho (AG 1051). Os tratamentos foram constituídos por três estirpes pertencentes à coleção de cultura da UFMT (B02 - similar à Burkholderia sp., H02 - similar a Herbaspirillum sp. e AZ04 – similar a Azopirillum sp.), um inoculante comercial(estirpes ABV-5 e ABV-6 de Azospirillum brasilense) e duas testemunhas (uma nitrogenada e outra sem adubação nitrogenada e sem a inoculação de bactérias). Foram utilizados vasos de 18 dm³ de solo, sendo semeadas 10 sementes por vaso, deixando-se após o desbaste uma planta. As variáveis avaliadas foram altura das plantas, leitura SPAD e massa seca total (parte aérea e raízes). Verificou-se que a maior altura e produção de massa seca total foi obtida no tratamento inoculado com a estirpe B02 (similar à Burkholderia sp.) com incrementos de 6,3% e 6,8% respectivamente em relação à testemunha absoluta (sem adubação e inoculação das bactérias). Quanto à leitura SPAD, foi observado que as plantas adubadas com N apresentam valor superior (53,6) aos demais tratamentos. Dentre os tratamentos que receberam a inoculação, o produto comercial proporcionou leitura de 49,9, equivalente a 93,1% do teor de clorofila quando comparada à leitura máxima observada na testemunha nitrogenada. Conclui-se que a inoculação de bactérias diazotróficas nas condições testadas demonstrou efeito positivo, favorecendo o ganho de massa seca da parte área e raízes e na leitura SPAD, podendo ser uma técnica viável economicamente, uma vez que contribui com a redução no uso de fertilizantes nitrogenados.