Resumo

Candida albicans é o fungo mais patogênico aos seres humanos e o agente etiológico mais comum das candidoses. Tem sido relacionada à alta incidência de resistência aos antifúngicos convencionais, sendo a busca de novas alternativas terapêuticas de extrema importância. Os fitoterápicos aparecem neste contexto como possibilidades promissoras, uma vez que moléculas isoladas de plantas vêm apresentando importantes atividades biológicas, inclusive antimicrobianas. Dentre estas moléculas, destaca-se o grupo dos fenólicos. Alguns destes compostos, como o ácido gálico, possuem antifúngica conhecida e já foram encontrados em extratos de Buchenavia tomentosa. O objetivo deste estudo foi avaliar in vitro a atividade antifúngica do extrato rico em fenóis (FE) de folhas de Buchenavia tomentosa e do ácido gálico. As frações hidroalcoólica, hexânica, diclorometânica e acetônica do extrato aquoso das folhas de Buchenavia tomentosa foram preparadas para a determinação da FE. A determinação final da FE foi realizada por espectrometria de massas por injeção direta por eletrospray (ESI-MS). Foram verificadas as concentrações inibitórias mínimas (CIM) e concentração fungicida mínima (CFM), da fração mais ativa e do ácido gálico puro obtido comercialmente frente a 29 isolados clínicos bucais e cepas padrão ATCC 18804 e SC 5314 de Candida albicans, pela metodologia de microdiluição EUCAST. O intervalo de concentrações-teste variou de 0,04 a 10 mg/ml. A maior concentração de fenóis foi encontrada na fração acetônica. Os testes microbiológicos demostraram que esta fração apresentou a maior atividade anti-Candida albicans. Os valores de CIM e CFM variaram de 10 a 1,25 mg/ml tanto para FE quanto para o ácido gálico. Tanto a fração acetônica do extrato bruto aquoso de Buchenavia tomentosa quanto a substância isolada, ácido gálico, mostraram promissora atividade antifúngica.