27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1216-1


Poster (Painel)
1216-1OCORRÊNCIA DE INFECÇÂO PULMONAR POR MICOBACTÉRIAS NÃO TUBERCULOSAS (MNT) EM REGIÃO DE ALTA PREVALÊNCIA DE TUBERCULOSE E HIV.
Autores:BOMBONATTE, AGC (IAL - SANTOS - Instituto Adolfo Lutz) ; Souza, AR (IAL - Instituto Adolfo Lutz) ; NASCIMENTO, ACC (IAL - SANTOS - Instituto Adolfo Lutz) ; ZAMARIOLI, LA (IAL - SANTOS - Instituto Adolfo Lutz) ; CHIMARA, E (IAL - Instituto Adolfo Lutz)

Resumo

O potencial de patogenicidade das espécies de micobactérias não tuberculosas (MNT) é variável, no entanto pode causar formas graves de micobacterioses principalmente em indivíduos imunocomprometidos como os co-infectados pelo vírus HIV (TB/HIV). A Região da Baixada Santista, litoral do Estado de São Paulo, possui elevada prevalência de tuberculose e TB/HIV, revelando-se uma população com maior risco de adoecer por MNT. Objetivo: Descrever a ocorrência das espécies de MNT entre pacientes HIV positivos e negativos, identificadas na região da Baixada Santista. Foi realizado um estudo retrospectivo dos registros dos isolados de MNT diagnosticados no Instituto Adolfo Lutz/Centro de Laboratório Regional de Santos, entre 2000-2009, em pacientes com 15 anos ou mais de idade. As variáveis de interesse foram os resultados da sorologia para o vírus HIV e a identificação da cepa isolada. Para as análises estatísticas de interesse foi utilizado o programa Microsoft Excel. Foram identificados 270 isolados de MNT correspondentes a 230 pacientes, dos quais 104 (45,2%) HIV negativos, 63 (27,4%) HIV positivos e 63 sem informação (27,4%). As espécies mais frequentes foram M. kansasii (22,2%), M. fortuitum (17,7%) e complexo M. avium (14,4%). Dentre os 167 indivíduos com teste HIV realizado o complexo M. avium foi mais frequente em pacientes HIV positivos (23,8%), enquanto M. kansasii foi mais frequente entre os pacientes HIV negativos (21,2%). Apenas 13,5% (31/230) dos pacientes foram confirmados como caso por critérios bacteriológicos, ou seja, isolamento da mesma espécie em no mínimo duas amostras consecutivas. Diante de uma população com elevada taxa de positividade para HIV, é importante o estabelecimento de critérios para diferenciar colonização de infecção e a realização sistemática do isolamento e identificação de MNT na rotina laboratorial. A elevada frequência de MNT de crescimento rápido na região estudada sugere um habitat propício para seu desenvolvimento, por isso existe uma maior preocupação no tratamento de pacientes com comorbidades. Esses dados mostram a necessidade da realização sistemática da identificação de MNT na rotina laboratorial e sua integração com a clínica. Estas informações podem assim contribuir na caracterização da doença e ações de efetivo controle, principalmente na população TB/HIV.