Resumo

Cryptococcus neoformans são fungos causadores de infecção em pacientes imunocomprometidos, principalmente com aids. O tratamento é feito com fármacos que apresentam alta toxicidade, sendo assim necessária a busca de novas alternativas terapêuticas, onde as plantas são uma importante fonte de novos compostos antimicrobianos. O objetivo deste trabalho foi avaliar a atividade antifúngica do óleo essencial (OE) de Syzygium aromaticum sobre fungos do complexo C. neoformans e determinar sua ação citotóxica em células de fibroblastos da linhagem L929. Os testes de suscetibilidade in vitro foram realizados utilizando o método de microdiluição em caldo. Foram avaliadas 10 concentrações do OE em meio caldo Roswell Park Memorial Institute 1640, variando de 2μg/mL a 1024μg/mL em suspensões com 10³ células/mL de Cryptococcus e incubação a 35°C por 72 horas. Utilizou-se 10 isolados de C. neoformans, 4 de C. gatti e como controle C. neoformans ATCC 28957 e C. gattii ATCC 24065. A leitura determinou a Concentração Inibitória Mínima (CIM), que foi a menor concentração em que não se observou o crescimento do fungo. Para a avaliação da atividade citotóxica, 105 células de fibroblastos foram expostos as seguintes concentrações do OE: 16, 32, 64, 128, 256, 384, 512 e 1024μg/mL em caldo RPMI com 10% de soro bovino fetal. O tempo de incubação foi de 24h a 37o C com 5% CO2. A viabilidade celular foi determinada com a adição de MTT (3-(4,5-Dimethylthiazol-2-yl)-2,5-diphenyltetrazolium bromide) para a formação dos cristais de formazana, sendo posteriormente solubilizados em dimetilsulfóxido a analisadas por espectrofotometria. A quantidade de morte celular foi comparada com o controle e expressos em porcentagem. ANOVA one-way, seguido pelo teste de Dunnett’s foram empregados na análise estatística. O OE de S. aromaticum apresentou CIMs nos valores de 128 e 256μg/mL, demonstrando assim o potencial antifúngico, uma vez que valores ≤256μg/mL determinam atividade antifúngica de novos compostos. Em valores correspondentes a CIM o OE de S. aromaticum não foi tóxico para as células de fibroblastos, porém na concentração correspondente 2 X CIM (512μg/mL) já houve morte celular detectada (p<0,001). Estes resultados demonstram que OE de S. aromaticum possui atividade antifúngica, sendo que na CIM não foi observada atividade citotóxica, demonstrando assim a possibilidade de um futuro uso deste OE na terapêutica. Agradecimento: CAPES