27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1209-1


Prêmio
1209-1CARACTERIZAÇÃO MOLECULAR DE ISOLADOS DE MYCOBACTERIUM TUBERCULOSIS RESISTENTES À ISONIAZIDA E/OU RIFAMPICINA DO ESTADO DE SANTA CATARINA.
Autores:Prim, R.I. (UFSC - Umiversidade Federal de Santa Catarina) ; Senna, S.G. (UFSC - Umiversidade Federal de Santa Catarina) ; Nogueira, C.L. (UFSC - Umiversidade Federal de Santa Catarina) ; Schorner, M. (UFSC - Umiversidade Federal de Santa Catarina) ; Burger, D.R. (LACEN/SC - Laboratório Central de Saúde Pública de Santa Catarina) ; Nunes, L.S. (HCPA/UFCSPA - Hospital de Clínicas de Porto Alegre) ; Figueiredo, A.C.C. (CPQRR/FIOCRUZ - CENTRO DE PESQUISAS RENÉ RACHOU) ; Oliveira, J.G. (CPQRR/FIOCRUZ - CENTRO DE PESQUISAS RENÉ RACHOU) ; Bazzo, M.L. (UFSC - Umiversidade Federal de Santa Catarina)

Resumo

Introdução: Apesar dos avanços no desenvolvimento de antimicrobianos no último século, estima-se em 8,7 milhões o número de novos casos e 1,4 milhões de mortes causadas pelo bacilo da tuberculose (TB) em 2011. No Estado de Santa Catarina são notificados 1700 novos casos por ano (27 casos/100 mil habitantes), uma das menores incidências do Brasil. Porém, algumas cidades têm altos índices, próximos a 80 casos/100 mil habitantes. O estado de SC não possui dados robustos a respeito das estirpes resistentes circulantes e a caracterização molecular dos isolados resistentes pode auxiliar no diagnóstico e controle da TB no estado. Métodos: O estudo incluiu 92 isolados de ,Mycobacterium tuberculosis resistentes à INH e/ou RMP, 12 isolados sensíveis aos tuberculostáticos de primeira linha e uma estirpe H37Rv como cepa padrão sensível. Os isolados foram caracterizados pelo spoligotyping e a detecção da resistência molecular foi avaliada pelo sequenciamento parcial dos genes associados à resistência à INH (katG, inhA e ahpC) e à RMP (rpoB). Resultados: Entre os 91 isolados resistentes à INH, a mutação mais frequente foi a S315T no gene katG (64,8%). Apenas uma mutação foi encontrada no gene inhA (S94A) e 8 isolados resistentes continham mutações no gene ahpC. Em 23 isolados resistentes à INH não foram encontradas mutações nos três genes relacionados. A mutação S531L do gene rpoB foi a mais prevalente entre os isolados resistentes à RMP (56,5%). Entre os 53 isolados resistentes à RMP apenas 3 não tinham mutações na região sequenciada. Nenhuma mutação foi encontrada nos isolados sensíveis e na estirpe H37Rv. Entre os 92 isolados resistentes, a linhagem LAM9 foi a mais frequente (29,8%), seguida por T2-T3 (15,8%), H3( 12,3%), U(Likely H3) (12,3%), LAM5 (7,0%), LAM1 (3,5%), LAM4 (3,5%), T1 (3,5%), T3 (3,5%), LAM2 (1,8%), LAM6 (1,8%) e T2 (1,8%). Dois isolados foram classificados como desconhecidos de acordo com o banco SpolDB4. Conclusão: Este estudo demonstrou as principais mutações envolvidas na resistência à INH e à RMP nos isolados clínicos do estado de SC. O sequenciamento de outras regiões dos genes estudados e outros genes envolvidos com a resistência, bem como a determinação da concentração inibitória mínima, pode contribuir para o entendimento dos mecanismos de resistência nos isolados onde não foram encontradas mutações. Estes achados são importantes para o desenvolvimento e aplicação de novos métodos de detecção de resistência de M. tuberculosis.