27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1208-1


Poster (Painel)
1208-1Avaliação do comportamento aos antimicrobianos, do tipo emm e da diversidade genética entre amostras de Streptococcus pyogenes isoladas no Rio de Janeiro
Autores:Arêas, G.P. (UFF - Universidade Federal Fluminense) ; de Paula, G.R. (UFF - Universidade Federal Fluminense) ; Neves, F.P.G. (UFF - Universidade Federal Fluminense) ; Barros, R.R. (UFF - Universidade Federal Fluminense) ; Suhet, N.A. (FLEURY - Grupo Fleury)

Resumo

INTRODUÇÃO: Streptococcus pyogenes ou estreptococo do grupo A (EGA) é responsável por uma variedade de infecções com diferentes graus de morbidade e sequelas não supurativas. A droga de escolha para tratamento é a penicilina, enquanto que macrolídeos e lincosamídeos são alternativas terapêuticas para os quais tem se relatado crescente resistência nos últimos anos, associada a diferentes fenótipos e genótipos. O objetivo desse estudo foi a investigação do comportamento aos antimicrobianos entre 101 amostras de EGA isoladas a partir de secreção de orofaringe (91) e outras secreções (10), no período de 2008 a 2012, caracterização daquelas resistentes a macrolídeos, determinação do tipo emm e avaliação da diversidade genética. MÉTODOS: Foram realizados testes fenotípicos para a identificação da espécie e os testes de susceptibilidade aos antimicrobianos foram feitos pelo método de difusão em ágar. As amostras resistentes ao macrolídeo foram submetidas à determinação dos fenótipos de resistência, pela aproximação de discos, à determinação da concentração inibitória mínima (CIM) para eritromicina, por diluição em ágar, e investigação dos determinantes genéticos de resistência, por PCR. Os tipos emm foram determinados pelo sequenciamento da região variável do gene emm e a diversidade genética pela análise dos perfis de fragmentação do DNA cromossômico após tratamento com enzima de restrição e eletroforese em gel em campo pulsado (PFGE). RESULTADOS: As amostras foram susceptíveis à ceftriaxona, levofloxacina, penicilina G e vancomicina. Observou-se 14,7% de resistência à clindamicina e 19,6% à tetraciclina. Pelo método de diluição em ágar, a CIM de eritromicina variou entre 8 e > 256 µg/ml, com 14,7% de resistência a este antimicrobiano. Os fenótipos de resistência a macrolídeos foram o MLSBc (11) e o MLSBi (4) e os genótipos observados foram: ermA (3), ermB (6), ermA/ermB (5) e mefA/E/ermA (1). Vinte e dois tipos emm foram observados, porém os mais freqüentes (emm1, emm12, emm4, emm22 e emm81) representaram 50% das amostras analisadas. CONCLUSÃO: A partir da análise de PFGE e dos tipos emm foi possível constatar que as amostras resistentes a macrolídeos apresentaram ampla diversidade genética entre si, o que demonstra que tal característica não foi relacionada à disseminação de um ou poucos clones. Chama a atenção o elevado número de amostras resistentes à eritromicina com o fenótipo MLSB, o que inviabiliza o uso de macrolídeos e lincosamídeos no tratamento de infecções por EGA. Instituição de fomento: Proppi-UFF (Pró-reitoria de Pesquisa, Pós-graduação e Inovação)