Resumo

As infecções do trato urinário (ITU) são a segunda causa de procura médica no nosso país, perdendo somente para as infecções do trato respiratório. As ITU podem acometer o trato urinário inferior e superior, estes últimos com maior gravidade. Mulheres sexualmente ativas são o principal grupo acometido por estas infecções. Conhecer a prevalência dos principais agentes em uma comunidade pode ser útil no estabelecimento da terapia empírica, além de fornecer valiosos dados epidemiológicos. O objetivo desse trabalho foi avaliar a prevalência dos uropatógenos em pacientes não hospitalizados na cidade de Jataí – GO no período de Janeiro de 2011 a Junho de 2012 em um laboratório particular da cidade. A coleta de dados foi realizada através de consulta ao registro de exames do laboratório, foram calculadas as frequências simples de cada uropatógeno. No período estudado, foram realizadas 699 uroculturas, das quais 231 (33%) foram consideradas como suspeita de ITU (10.000 a 100.000 UFC/mL) e em 173 (24.7%) foi observado crescimento >100.000 UFC/mL. Do total de pacientes com suspeita de ITU, 50.4% apresentaram piúria, sendo que esta característica foi mais encontrada em uroculturas com contagem mais altas de colônias, demonstrando que, frequentemente, a contagem baixa de colônias representa somente uma contaminação da urina, especialmente em pacientes do sexo feminino. Como esperado, a maioria dos pacientes com urocultura positiva foi do sexo feminino (85.4%). O agente mais isolado foi Escherichia coli (60.4%), seguidos por Staphylococcus sp (25.5%), Proteus sp (6.4%) e Klebsiella sp (4.9%). Estes resultados são semelhantes aos encontrados na literatura científica. O estudo do perfil de resistência aos antimicrobianos demonstrou que as cepas de Escherichia coli apresentaram maior resistência ao sulfametoxazol + trimetoprim (40.2%) e ácido pipemídico (31.9%). O segundo grupo bacteriano mais prevalente, os Staphylococcus, apresentaram maior resistência aos antimicrobianos Ácido Nalidíxico (38.8%), Sulfametoxazol + Trimetoprim (34.9%) e Rifampicina (27.2%). A reunião dos dados de prevalência dos principais uropatógenos e seu perfil de resistência podem ser úteis para os médicos da região, como forma de orientar melhor a terapêutica, especialmente quando ela é aplicada de forma empírica.