27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1206-1


Poster (Painel)
1206-1O gênero Staphylococcus como agente causador de infecções urinárias e seu padrão de resistência aos antimicrobianos
Autores:Moraes, D. (UFG-CAJ - Universidade Federal de Goiás - Campus Jataí) ; Arruda, J.C. (UFG-CAJ - Universidade Federal de Goiás - Campus Jataí) ; Braoios, A. (UFG-CAJ - Universidade Federal de Goiás - Campus Jataí)

Resumo

A infecção do trato urinário (ITU) pode ser definida como uma condição onde o trato urinário é infectado por patógenos causando inflamação. Entre os patógenos bacterianos isolados mais frequentemente, Staphylococcus saprophyticus e Staphylococcus aureus se destacam. O tratamento das ITUs deve ser direcionado ao agente da infecção urinária interferindo o mínimo possível com a microbiota do paciente. Além disso, o uso indiscriminado de antibióticos de amplo espectro também pode selecionar bactérias resistentes, aumentando o risco à saúde do paciente. O presente trabalho teve por objetivo avaliar a prevalência de Staphylococcus sp. em amostras de urina encaminhadas para urocultura em um laboratório no município de Jataí-GO, bem como avaliar o perfil de sensibilidade aos antimicrobianos das cepas no período de janeiro de 2011 a junho de 2012. O estudo foi realizado por meio de coleta de dados no livro de registros de cultura microbiológica e antibiogramas do referido laboratório de análises clínicas. No período de estudo foram realizadas 699 uroculturas, das quais 404 (57.8%) tiveram contagem > 10.000 UFC/mL de urina. Dentre esse total, em 103 (25.5%) foram isolados Staphylococcus sp. Porém, em apenas 16 (15.5%) a contagem de colônias foi significativa de infecção (>100.000 UFC/mL). Os pacientes eram compostos por 11 homens (10.7%) e 92 mulheres (89.3%). As cepas apresentaram maior sensibilidade aos antimicrobianos Piperacilina + Tazobactam (98.1%); Ticarcilina + Ác. Clavulânico (96.1%) e Amicacina (94.1%). Por outro lado, do total de cepas de Staphylococcus sp., 38.8% eram resistentes ao antimicrobiano Ácido Nalidíxico (38.8%); 34.9% ao Sulfametoxazol + Trimetoprim e 27.2% à Rifampicina. Conhecer o padrão de resistência, bem como a incidência dos agentes de infecção urinária é de suma importância, visto que, pode auxiliar na terapêutica. Além disso, o correto diagnóstico possibilitam um tratamento eficaz. Um dado que chama a atenção é a não diferenciação da espécie pelo laboratório em que foi realizado o estudo. Especialmente se tratando de Staphylococcus, muitas espécies fazem parte da microbiota normal do ser humano. Esse fato, aliado à baixa contagem de colônias observadas no estudo nos faz refletir sobre esse procedimento, que gera custos desnecessários ao laboratório e negligencia os dados epidemiológicos importantes para a saúde pública.