Resumo

O leite bovino é um produto muito consumido pela população, sendo base de alimentação de crianças, adultos e idosos, fonte de vitaminas A e D, cálcio e proteínas. Existe um hábito regional de consumo do leite vendido sem tratamento, e este devido a sua grande quantidade de nutrientes é facilmente contaminado por microrganismos, podendo ser veículo de propagação de doenças principalmente em crianças e idosos que apresentam o sistema imunológico mais sensível a infecções. O objetivo deste é avaliar as condições microbiológicas do leite comercializado in natura e sem tratamento na cidade de Assu-RN. Foram comprados em uma feira livre, três amostras do leite, de três lugares distintos e acondicionados em recipientes cedidos pelo próprio vendedor, transportados em Isopor com gelo do local da coleta até o laboratório na cidade de Mossoró-RN. De cada amostra foram retirada uma alíquota de 25 mL utilizando uma pipeta graduada autoclavada e diluída em 225mL de água peptonada também autoclavada. Em seguida foram inoculadas no meio de cultura caldo lactosado nas concentrações de 1:1, 1:10 e 1:100 e incubados na BOD durante 48Horas, em seguida os resultados positivos foram repicados nos caldos: EC e Verde Bile Brilhante e incubados em Banho Maria a 44°C por 24 Horas e BOD respectivamente (técnica dos tubos múltiplos). A amostra A, apresentou 1.250 NMP/100mL, a amostra B, 6 NMP/100mL e a amostra C, 1.600 NMP/100mL para coliformes termotolerantes, incluindo a Escherichia coli, uma bactéria encontrada no trato digestório de animais homeotérmicos. De acordo com a IN nº 51/2002 o valor máximo para leite pasteurizado para coliformes termotolerantes tem que ser menor que 200 NMP por 100 mL de amostra de leite. A pasteurização serve para matar os microrganismos patogênicos. Para o dia a dia, a fervura do leite é eficiente contra bactérias termófilas e Escherichia coli. Assim, comparando ao leite pasteurizado, o leite in natura analisado, apenas a amostra B está de acordo com os padrões microbiológicos exigidos. Os demais, em desacordo com os padrões de qualidade microbiológica vigentes, comprovam que alguma etapa da cadeia produtiva está com problema, as quais devem ser identificadas e sanadas. Uma solução para tal processo seria a implantação de boas práticas de higiene, tanto na ordenha como também o hábito da fervura, garantindo assim a obtenção de um produto com qualidade sanitária satisfatória e que não implique em riscos para a saúde humana.