27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1202-1


Poster (Painel)
1202-1EVOLUÇÃO DA SUSCEPTIBILIDADE AOS ANTIMICROBIANOS EM AMOSTRAS DE Neisseria gonorrhoeae ISOLADAS NO RIO DE JANEIRO, DURANTE UM PERÍODO DE 7 ANOS
Autores:Santos, K.T.B (IMPPG/UFRJ - Instituto de Microbiologia Paulo de Góes / UFRJ) ; Ferreira, A.F.M (IMPPG/UFRJ - Instituto de Microbiologia Paulo de Góes / UFRJ) ; Uehara, A.A. (IMPPG/UFRJ - Instituto de Microbiologia Paulo de Góes / UFRJ) ; Accampora, M.L. (IMPPG/UFRJ - Instituto de Microbiologia Paulo de Góes / UFRJ) ; Ferreira M.F (DASA - Laboratório Diagnósticos da América Rio de Janeiro,RJ) ; Amorin E.L.T. (DASA - Laboratório Diagnósticos da América Rio de Janeiro,RJ) ; Pereira, R.M.G. (DASA - Laboratório Diagnósticos da América Rio de Janeiro,RJ) ; Giambiagi deMarval, M. (IMPPG/UFRJ - Instituto de Microbiologia Paulo de Góes / UFRJ) ; Bonelli, R.G. (IMPPG/UFRJ - Instituto de Microbiologia Paulo de Góes / UFRJ) ; Botelho, A.C.N. (IMPPG/UFRJ - Instituto de Microbiologia Paulo de Góes / UFRJ) ; Fracalanzza, S.E.L. (IMPPG/UFRJ - Instituto de Microbiologia Paulo de Góes / UFRJ)

Resumo

A resistência aos antimicrobianos em Neisseria gonorrhoeae tem gerado grande preocupação às autoridades da saúde pública em todo o mundo. O esquema terapêutico utilizado no tratamento sindrômico das gonococcias inclui as quinolonas e a azitromicina, mas a emergência de altos níveis de resistência impõe mudanças urgentes. A única alternativa disponível atualmente são as cefalosporinas de terceira geração, como cefixime e ceftriaxona, mas vários relatos de amostras com susceptibilidade diminuída e mesmo resistência plena têm sido reportados em diferentes países. Este trabalho teve como objetivo avaliar a evolução da susceptibilidade aos antimicrobianos em amostras de N. gonorrhoeae isoladas de pacientes na cidade do Rio de Janeiro, durante um período de 7 anos [janeiro de 2006 a fevereiro de 2010 (grupo I) e março de 2010 a dezembro de 2012 (grupo II)]. Um total de 143 amostras obtidas de diferentes materiais clínicos, sendo 100 do grupo I e 43 do grupo II foram avaliadas frente aos antibióticos penicilina (Pen), tetraciclina (Tet), ciprofloxacina (Cip), azitromicina (Az) e ceftriaxona (Cef) pelo método de disco difusão, segundo o CLSI (2012). As amostras com resistência intermediária e resistentes foram consideradas em conjunto. O percentual de amostras PnR diminuiu de 82% (grupo I) para 53,5% (grupo II), enquanto a ocorrência de amostras &beta-lactamase+ manteve-se estável nos 2 grupos (6% e 7%, respectivamente). A frequência de amostras TetR diminuiu de 59% para 25,6% durante os dois períodos do estudo. No entanto, para azitromicina e ciprofloxacina um crescimento contínuo nos níveis de resistência foram observados. O percentual de amostras AzR aumentou de 13% no grupo I para 23,1% no grupo II, enquanto as amostras CipR passaram de 21% no grupo I para 32,6% no grupo II. A estratificação desta resistência a Cip por ano de estudo mostrou os seguintes valores: 2007 (6,25%), 2008 (33,3%), 2009 (36,8%), 2010 (33,3%), 2011 (27%) e 2012 (46,2%). Estes resultados mostram claramente que as quinolonas não devem mais ser utilizadas empiricamente para o tratamento das gonococcias no Brasil. Todas as amostras foram susceptíveis a ceftriaxona. Uma rede de monitoramento deve ser implementada com urgência para detectar a possível entrada no Brasil de amostras de N.gonorrhoeae resistentes às cefalosporinas de terceira geração, particularmente devido aos grandes eventos programados e que deverão trazer visitantes de todas as regiões do mundo.