27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1199-1


Poster (Painel)
1199-1CARACTERIZAÇÃO BIOQUÍMICA DE ISOLADOS DE Pasteurella multocida
Autores:REBELATTO, R. (EMBRAPA - Embrapa Suínos e Aves) ; OLIVEIRA FILHO, J. X. (UFRGS - Universidade Federal do Rio grande do Sul) ; BELAVER, F. A. V. (EMBRAPA - Embrapa Suínos e Aves) ; SERVELIN, E. C. (UNC - Fundação Universidade do Contestado) ; SILVA, G. B. (UNC - Fundação Universidade do Contestado) ; MORES, M. A. Z. (EMBRAPA - Embrapa Suínos e Aves) ; MORES, N. (EMBRAPA - Embrapa Suínos e Aves) ; KLEIN, C. S. (EMBRAPA - Embrapa Suínos e Aves)

Resumo

A Pasteurella multocida é considerada um importante micro-organismo que faz parte da microbiota residente do trato respiratório superior dos suínos, podendo estar associada a processos pneumônicos, pleurisias e rinite atrófica progressiva. Este estudo teve objetivo de caracterizar fenotipicamente isolados de P. multocida obtidos de lesões pneumônicas de suínos de terminação. Para o isolamento foram coletadas amostras de suínos com doença respiratória, em granjas e amostras de pulmões lesados em abatedouro. As coletas foram realizadas em 8 estados brasileiros: RS, SC, PR, SP, MS, MT, MG e GO. A caracterização bioquímica dos isolados foi realizada segundo BARROW & FELTHAM (1993) e a classificação capsular segundo Carter & Rundell (1975). Foram obtidos 156 isolados de P.multocida, sendo: 41 (MG), 38 (RS), 18 (SP), 17 (SC), 14 (MT), 14 (PR), 11 (MT) e 3 (GO). Quanto ao tipo capsular, 152 isolados pertenceram ao tipo A e apenas 4 ao tipo D. Todos isolados foram positivos para produção de catalase, oxidase e para produção de indol, com exceção de um isolado de SC que não produz indol; e negativas para motilidade, produção de H2S, de gelatinase e utilização de citrato. Quanto às reações de fermentação de carboidratos, todas as amostras foram positivas para glicose, manose e manitol e negativas para uréia. Alguns isolados diferiram do padrão estabelecido para espécie nas fermentações de: dulcitol (10 positivas/6,41%), nitrato (4 negativas/2,56%), rafinose (4 positivas/2,56%), salicina (3 positivas/1,92%), sacarose (1 negativa/0,64%) e esculina (1 positiva/ 0,64%). As fermentações classificadas como sendo variáveis (arabinose, lactose, maltose, sorbitol, trealose e xilose) apresentaram maiores variações, com exceção da maltose (2 amostras negativas/1,28%). Ainda, 80 isolados (51,28%) não apresentaram variação bioquímica, 40 (25,64%) apresentaram variabilidade em um único bioquímico e apenas 36 (23,07%) em 2 ou mais bioquímicos. Assim, podemos inferir que o sorotipo capsular A é predominante nas lesões pneumônicas causadas por pasteurelose em suínos. Além disso, existem diferenças bioquímicas na utilização de alguns carboidratos, demonstrando a diferença entre isolados de P. multocida em suínos com doença respiratória. Porém, a análise conjunta da caracterização fenotípica e genotípica pode facilitar esta diferenciação.