27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1195-1


Poster (Painel)
1195-1Uso da bactéria entomopatogênica Bacillus thuringiensis no controle biológico de Spodoptera frugiperda (Smith, 1797) (Lepidoptera: Noctuidae)
Autores:Marucci, S.C. (UNESP - Universidade Estadual Paulista UNESP-FCAV) ; Figueiredo, C. S. (UNESP - Universidade Estadual Paulista UNESP-FCAV) ; Augusto, M. L. V. (UNESP - Universidade Estadual Paulista UNESP-FCAV) ; Crialesi-Legori, P.C.B. (UNESP - Universidade Estadual Paulista UNESP-FCAV) ; Desidério, J. A. (UNESP - Universidade Estadual Paulista UNESP-FCAV)

Resumo

A lagarta Spodoptera frugiperda é uma importante praga em diversas culturas no Brasil ocasionando grandes prejuízos econômicos. Os problemas com esse inseto praga foram agravados na medida em que houve evolução da resistência aos inseticidas químicos o que torna o seu controle uma tarefa difícil. Como uma alternativa ao controle químico o uso da bactéria entomopatogênica Bacillus thuringiensis tem se destacado. Esta bactéria produz proteínas com capacidade inseticida a insetos de diversas ordens além de dípteros vetores de doenças humanas e apresentam-se como uma alternativa no manejo da resistência das pragas aos inseticidas químicos. Neste sentido, a busca por novas proteínas inseticidas de B. thuringiensis tornam-se de grande importância. Sendo assim, o objetivo do trabalho foi o isolamento, expressão e análise da toxicidade da proteína Vip3Aa43 frente a larvas neonatas de S. frugiperda. Para tanto o gene vip3Aa43 foi amplificado a partir da linhagem B. thuringiensis var. kurstaki HD1 e clonados no vetor de expressão ChampionTM pET SUMO (Life TechnologiesTM). A expressão da proteína foi obtida utilizando-se de 0,4 mM de IPTG por 5 horas a 22ºC e o lisado protéico foi usado no bioensaio. As lagartas de S. frugiperda apresentaram alta suscetibilidade à proteína inseticida Vip3Aa43, apresentando uma concentração letal média de 110 ng/cm2. Este resultado demonstra que esta proteína é uma excelente candidata para o controle de S. frugiperda principalmente quando comparada à proteína Cry1F de B. thuringiensis que está sendo utilizada para o controle desta praga, inclusive em plantas transgênicas de milho e que, segundo dados da literatura, as lagartas de S. frugiperda vêem desenvolvendo resistência à mesma. Neste sentido o uso da nova proteína Vip3Aa43 torna-se interessante uma vez que poderá ser utilizada no manejo da resistência da lagarta à proteína Cry1F, pois, embora ambas as proteínas sejam produzidas pela bactéria B. thuringiensis, a proteína Vip3Aa43 apresenta sequência de aminoácidos diferente das proteínas Cry e, por isso, pode se liga a receptores específicos no intestino médio dos insetos pragas, mecanismo este, essencial para a toxicidade.