Resumo

Nos últimos anos vem crescendo o interesse em estudos relacionados com as atitudes e preocupações dos consumidores frente à oferta de alimentos orgânicos. A procura por estes alimentos é expressiva em todo o mundo devido à conscientização da população sobre os riscos para a saúde decorrentes da presença de resíduos químicos nos mesmos. Dessa forma, a presente pesquisa teve como objetivo comparar a qualidade sanitária e nutricional de hortaliças orgânicas e convencionais no que se refere à contaminação microbiológica por bactérias coliformes totais e fecais. As hortaliças orgânicas e convencionais (tomate, cenoura, alface) foram obtidas em um supermercado da cidade de Ijuí, RS. Os alimentos orgânicos utilizados possuíam selo de certificação conforme regra do Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade Orgânica. Foram realizadas, adicionalmente, análises físico-químicas de umidade, cinzas, lipídeos, proteínas e vitamina C. Os resultados das análises físico-químicas foram semelhantes aos relatados anteriormente na literatura. Neste caso, as evidências não são suficientes para assumir, de forma definitiva, a superioridade de um alimento sobre o outro, quanto à qualidade nutritiva a aos benefícios do seu consumo para a saúde do consumidor. A presença de coliformes fecais em algumas amostras de tomate orgânico e convencional demonstrou que as mesmas foram contaminadas de alguma forma, seja através da água de irrigação, presença de animais silvestres ou domésticos, solo contaminado ou emprego de adubos sem tempo de compostagem adequado. No entanto, ao ser comparado os resultados obtidos da qualidade microbiológica das hortaliças orgânicas, com dados presentes na literatura, pode-se verificar que o modo de cultivo, convencional ou orgânico, não interfere preponderantemente na qualidade das hortaliças, e sim que práticas inadequadas de produção aumentam significativamente o nível de contaminação.