27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1190-1


Poster (Painel)
1190-1Avaliação dos níveis populacionais de Bacteroides fragilis em modelo de infecção experimental após exposição à concentração subinibitória de metronidazol.
Autores:|Freitas, M.C.R. (UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora) ; Ferreira-Machado, A. B. (UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora) ; Rezende, A. B. (UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora) ; Oliveira, L. M. A. (UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora) ; Nascimento, T. C. (UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora) ; Andrade, A. B. (UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora) ; Silva, V. L. (UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora) ; Ferreira, L. F. (UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora) ; Diniz, C. G. (UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora)

Resumo

Bacteroides fragilis destacam-se entre os anaeróbios pelo frequente envolvimento em infecções endógenas. Várias evidências de estudos in vitro têm demonstrado que concentrações subinibitórias de drogas antimicrobianas podem modular a biologia microbiana com reflexo na relação bactéria-hospedeiro com implicações na patogênese e para microbiologia clínica. Nosso objetivo foi avaliar a carga bacteriana por dois métodos após exposição de B. fragilis ao metronidazol (MTZ) in vivo. Ratos Wistar (300 a 350 g) foram submetidos à laparotomia para inserção de uma cápsula perfurada dentro da cavidade peritoneal, seguida por inoculação percutânea de B. fragilis ATCC 43859 (108 UFC). Para o grupo experimental, MTZ (1μg/mL) foi administrado em intervalos de 48h/8 dias por via percutânea (t1). Os animais foram acompanhados por até oito dias adicionais sem a droga (t2). Após a necrópsia dos animais nos dois tempos, o exsudato foi retirado da cápsula para quantificação bacteriana por contagem em placa e para extração de DNA total e PCR quantitativa em tempo real (qPCR) com oligonucleotídeos específicos para B. fragilis. No t1, a contagem em placas das bactérias expostas ao metronidazol foi 6,47 x108 UFC/mL e na qPCR foi 2,7 x109cópias/mL, enquanto que no t2 os valores foram 1,56 x109 UFC/mL e 1,01 x1010 cópias/mL, respectivamente. Em relação às bactérias não expostas ao metronidazol, a carga foi 1,45 x109 UFC/mL na contagem em placas no t1 e 2,38 x109 cópias/mL em qPCR, enquanto no t2 os valores foram 1,77 x109 UFC/mL e 1,08 x109 cópias/mL, respectivamente. A identidade e persistência de B. fragilis no modelo experimental foram confirmadas. Não houve diferenças significativas das cargas bacterianas entre os métodos de contagem em placas e qPCR (p<0,05). O MTZ não interferiu na carga bacteriana ao longo dos experimentos (p<0,05). Este modelo tem se mostrado adequado para o cultivo de bactérias de interesse clínico para avaliação in vivo de aspectos da relação bactéria-hospedeiro, sob condições experimentais controladas.