27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1178-1


Poster (Painel)
1178-1Redução na formação do biofilme de Desulfovibrio alaskensis por substância antimicrobiana produzida por Streptomyces lunalinharesii 235
Autores:Rosa, J P (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Tibúrcio, S.R.G. (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Korenblum, E. (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Seldin, L (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Coelho, R. R.R. (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro)

Resumo

Os actinomicetos são bactérias Gram-positivas produtoras de uma ampla variedade de metabólitos secundários com atividades biológicas distintas. Anteriormente, a estirpe identificada como Streptomyces lunalinharesii 235 foi selecionada como sendo ativa contra Bacillus pumilus LF-4 e a bactéria redutora de sulfato (BRS) Desulfovibrio alaskensis NCIMB 13491, ambas envolvidas em processos prejudiciais na indústria petrolífera, tais como a formação de biofilmes bacterianos e a biocorrosão de superfícies metálicas. BRS são comumente associadas a processos corrosivos em campos petrolíferos por constituir biofilme e gerar produtos tóxicos como o sulfeto de hidrogênio. O método mais comum contra o crescimento microbiano é o uso de biocidas, os quais apresentam problemas de toxicidade e persistência de resíduos tóxicos. Assim, uma alternativa menos nociva seria a utilização de substâncias antimicrobianas (SAM) produzidas por micro-organismos. No presente trabalho, o sobrenadante produzido por S. lunalinharesii 235, a partir do quinto dia de cultivo em um meio quimicamente definido, foi testado contra a formação de biofilme e contra o biofilme previamente formado por D. alaskensis em cupons de aço-carbono. No primeiro caso, cupons de aço-carbono foram imersos em suspensão de células adicionadas de SAM e incubadas por 24h em anaerobiose. No segundo caso, a SAM foi acrescentada após 24 horas, quando o biofilme já estava formado sobre o cupom de metal. Os cupons de ambos os sistemas foram lavados para remoção de células fracamente aderidas e as células remanescentes, referentes ao biofilme formado, foram então coradas com cristal violeta, para posterior leitura da densidade celular em espectrofotômetro. Quando a SAM foi adicionada juntamente com a cultura de BRS, a formação de biofilme foi seis vezes menor no cupom tratado com SAM quando comparada com o controle sem tratamento. Por outro lado, quando a SAM foi adicionada após o biofilme formado por 24 horas, não houve diferença significativa na formação de biofilme entre os cupons tratado e não tratado. Em conclusão, a capacidade de SAM, presentes no sobrenadante de S. lunalinharesii 235, em reduzir a formação de biofilme de D. alaskensis NCIMB 13491, sugere uma possível aplicação de SAM no controle da formação de biofilmes na indústria do petróleo. Apoio: CNPq, CENPES-PETROBRAS.