27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1167-1


Poster (Painel)
1167-1DEGRADAÇÃO DO AGROTÓXICO PENTACLOROFENOL POR FUNGOS ISOLADOS DA ASCÍDIA Didemnun Ligulum
Autores:VACONDIO, B. (UFSCAR - Universidade Federal de São Carlos) ; JAVAROTI, D. C. D (UFSCAR - Universidade Federal de São Carlos) ; MANSANO, A. S (UFSCAR - Universidade Federal de São Carlos) ; PIEROZZI, M. (UFSCAR - Universidade Federal de São Carlos) ; PORTO, A. L. M. (USP - Universidade de São Paulo) ; SELEGHIM, M. H. R. (UFSCAR - Universidade Federal de São Carlos)

Resumo

Dentre os agrotóxicos utilizados na agricultura, os organoclorados são objeto de muita preocupação, principalmente por possuírem alta toxidade e elevado poder de persistência no meio ambiente. O Pentaclorofenol (PCP), amplamente utilizado como inseticida, fungicida, herbicida e conservante de madeira, apesar de proibido no Brasil desde 1985 (Portaria N°329, de 02 de setembro de 1985 do Ministério da Agricultura), permanece contaminando muitas áreas. Os fungos de origem marinha produzem metabólitos secundários biologicamente ativos diferentes de seus respectivos gêneros presentes no meio terrestre, por possuírem um aparato enzimático capaz de ser ativado mesmo em altas concentrações salinas. Neste contexto, estudos dos processos biológicos da produção enzimática extracelular por fungos filamentosos marinhos, que visam à reparação de ambientes contaminados por poluentes orgânicos através da biodegradação, são importantes para biotecnologia aplicada na área de microbiologia ambiental. O objetivo do presente trabalho foi encontrar linhagens de fungos de origem marinha resistentes ao organoclorado PCP e prováveis biodegradoras desse composto. Doze linhagens de fungos foram isoladas da ascídia Didemnum ligulum (coletada no litoral de São Sebastião – SP) e cultivadas em placas de Petri com meio de cultura sólido composto por Malte 3%, sem o PCP (controle) e outras com o PCP. As concentrações avaliadas do agrotóxico foram 10 ppm, 25 ppm, 30 ppm, 40 ppm e 50 ppm. Os micélios dos fungos isolados foram transferidos para as placas por picada e o crescimento observado durante 21 dias, medindo-se o diâmetro da colônia formada. Do total, apenas 2 linhagens não foram resistentes ao PCP, não obtendo crescimento em nenhuma das concentrações testadas. Dentre as resistentes, 4 cresceram apenas na concentração de 10 ppm, 5 cresceram bem nas concentrações iniciais, atingindo um máximo 30 ppm. Uma linhagem mostrou maior potencial frente ao PCP, obtendo um crescimento colonial de até 2,5 cm de diâmetro sob a concentração de 40 ppm, sugerindo que esta linhagem é potencialmente degradadora do PCP, sendo selecionada para posterior quantificação do PCP biodegradado, por cromatografia gasosa (GC-FID). Estes resultados indicam que essas linhagens fúngicas são promissoras para estudos de biodegradação do PCP e demais organoclorados.