Resumo

Salmonella spp. vem se destacando por sua elevada ocorrência em nosso meio, sendo um dos agentes responsáveis pelos altos índices de morbidade e prejuízos de ordem econômica. São reconhecidos cerca de 2610 sorovares capazes de infectar o homem, animais e amplamente distribuídos no meio ambiente, sendo a caracterização antigênica importante instrumento na vigilância epidemiológica. Assim, objetivou-se analisar a ocorrência e distribuição dos sorovares de Salmonella circulantes em diferentes fontes e regiões do país, recebidos pelo LRNEB/IOC/FIOCRUZ para complementação diagnóstica, de modo a surpreender a introdução de sorovares exóticos e a emergência de outros em nosso meio. Foram analisadas um total de 24.493 amostras de Salmonella de fontes humana (HU), alimentar (AL), animal (AN), ambiente (AB), matéria prima/ração (MP) e controle de qualidade (CQ) no período de janeiro/2011 a dezembro/2012. Após confirmação do perfil bioquímico, os isolados foram submetidos à caracterização antigênica por soro aglutinação rápida, em lâmina, com antissoros poli e monovalentes, somáticos e flagelares e a identificação do sorovar específico com base no esquema de Kauffmann-White. No cômputo geral, foram identificados 65 sorovares distintos em 2011 e 57 em 2012, em sua maioria se repetindo nos dois anos, porém apontando flutuações em relação a sua frequência. Além destes, Salmonella enterica subsp. arizonae (21 cepas), diarizonae (46), houtenae (33) e salamae (5). Os dez sorovares mais frequentes, S. Typhimurium (11,7%), S.Mbandaka (7,5%), S.Enteritidis (7,1%), S.Senftemberg (6,5%), S. Minnesota (6,3%), S. Schwarzengrund (5,3%), S.Infantis (5,0%), S. Tennessee (3,6%), S. Agona (3,5%) e S. Anatum (3,4%), corresponderam a 59,8% dos isolados. S. Enteritidis e S. Typhimurium representaram os sorovares mais frequentes em isolados de fonte humana, S.Senftemberg (AB), S. Typhimurium e S. Minnesota (AL), S. Typhimurium e S. Mbandaka (AN) e Mbandaka (MP). Os resultados apontaram inter-relações entre sorovares nas diferentes fontes da cadeia alimentar demonstrando a importância do monitoramento deste microrganismo de forma contínua como subsídio para o fortalecimento de ações integradas de prevenção e controle de salmoneloses por parte das autoridades de vigilância sanitária e epidemiológica.