27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1154-1


Poster (Painel)
1154-1Produção de biossurfactante por bactérias halotolerantes formadoras de endósporos isoladas de diferentes ecossistemas salinos e hipersalinos.
Autores:Couto, C.R.A (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Alvarez, V.M (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Seldin, L (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Jurelevicius, D (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro)

Resumo

Os biossurfactantes são moléculas anfipáticas produzidas por micro-organismos. São capazes de reduzir a tensão superficial e apresentam vantagem de não poluírem o ambiente, além de serem ativos em extremos de temperatura, pH e salinidade. Na indústria petrolífera são utilizados na recuperação melhorada de petróleo – MEOR (Microbial Enhanced Oil Recovery). O presente estudo teve como objetivo isolar diferentes bactérias halotolerantes formadoras de endósporos e produtoras de biossurfactante para aplicação na MEOR. Para isso, foram coletados sedimentos da Lagoa Vermelha, Praia de Massambaba, Praia de Dois Rios e Praia de Abraão, todas localizadas no litoral do Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Para o isolamento de bactérias formadoras de endósporos, as amostras foram pasteurizadas e diretamente semeadas em Agar Marinho, Agar triptona de soja (TSA) adicionado de 3,5% de NaCl e Agar triptona de soja (TSA) adicionado de 7% de NaCl. Foi isolado um total de 66 estirpes bacterianas, apresentando diferentes morfotipos coloniais. A identificação das estirpes bacterianas isoladas, através do sequenciamento do gene que codifica o rRNA 16S, mostrou que as bactérias isoladas pertencem aos gêneros Bacillus, Halobacillus, Thalassobacillus e Paenibacillus. A produção de biossurfactante pelas bactérias isoladas foi analisada através do teste de emulsificação de hexadecano e querosene. Das estirpes isoladas, 57,5% foram capazes de emulsificar hexadecano e/ou querosene. O teste de emulsificação mostrou também a estabilidade das propriedades emulsionantes dos surfactantes produzidos pelas bactérias testadas em um período de 30 dias. Posteriormente as propriedades dos surfactantes produzidos por essas bactérias foram analisadas através dos testes de “teste do colapso da gota”, da hemólise em ágar sangue e do “teste do deslocamento do óleo”. O resultado mostrou que 28,7%, 36,3% e 18,1% das estirpes foram positivas nos testes citados acima, respectivamente. Das estirpes testadas, 15,1% apresentaram todas as 3 características. As estirpes que apresentaram melhores resultados serão selecionadas para serem utilizadas futuramente na análise físico-química dos biossurfactantes produzidos assim como para testes relacionados à optimização da produção do surfactante para aplicação em MEOR.