27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1140-2


Poster (Painel)
1140-2ATIVIDADE ANTIFUNGICA DE MÉIS DE ABELHAS INDÍGENAS SEM FERRÃO CONTRA FUNGOS FILAMENTOSOS
Autores:Bocate, K.C.P. (UEL - Universidade Estadual de Londrina) ; Souza, P.C. (UEL - Universidade Estadual de Londrina) ; Botura, T.J. (UEL - Universidade Estadual de Londrina) ; Oliveira, G.S. (UEL - Universidade Estadual de Londrina) ; Proni, E. (UEL - Universidade Estadual de Londrina) ; Almeida, R.S.C. (UEL - Universidade Estadual de Londrina) ; Faccione, M. (UEL - Universidade Estadual de Londrina) ; Andrei, C.C. (UEL - Universidade Estadual de Londrina) ; Faria, T.J. (UEL - Universidade Estadual de Londrina) ; Panagio, L.A. (UEL - Universidade Estadual de Londrina)

Resumo

Infecções causadas por fungos têm aumentado em todo o mundo nos últimos anos, causadas por fungos filamentosos oportunistas. A crescente importância clínica conferida a esse grupo de fungos e o desenvolvimento de resistência aos medicamentos deram origem a estudos enfocando as propriedades antifúngicas do mel. O mel de abelha é um suplemento alimentar (composto por açúcares, minerais, proteínas e água em teor variável) que apresenta propriedades nutricionais e ações farmacológicas. Contém peróxido de hidrogênio, ácidos fenólicos e compostos orgânicos diversos com atividade antimicrobiana. O presente trabalho avaliou a atividade antifúngica de méis de abelhas sem ferrão das espécies Scaptotrigona bipunctata, Scaptotrigona postica e Melípona quadrifasciata contra Aspergillus fumigatus, A. flavus, A. niger, Penicillium citrinum, P. chrysogenum e Fusarium solani. Estes fungos são ambientais e causam doenças oportunistas em seres humanos, além de degradar alimentos. Neste trabalho testamos a atividade antifúngica de: mel puro (filtrado ou autoclavado), frações semi-purificadas metanólicas e de diclorometano, utilizando o método de macrodiluição em caldo Sabouraud. Aos tubos teste foram adicionados 104 esporos, seguindo-se incubação a 30ºC por 7 dias. Verificamos que os méis utilizados foram capazes de inibir o crescimento de todos os fungos em sua forma pura. Houve crescimento significativo a partir da concentração 25%. A esporulação iniciou-se a partir da concentração 12,5% para F. solani e A. fumigatus e 25% para A. niger e P. citrinum. A esporulação do A. flavus (fungo produtor de aflatoxina) foi inibida em todas as concentrações utilizadas. Os mesmo resultados foram obtidos quando utilizamos o mel filtrado ou autoclavado. A fração metanólica inibiu o crescimento de P. citrinum até 25%, inibindo a esporulação completamente. A fração extrato obtida com diclorometano inibiu o crescimento até a concentração 12,5%, também inibindo esporulação. Nossos resultados demonstraram que o mel de abelhas sem ferrão apresenta potencial para uso como antifúngico, podendo ser utilizado como complemento alimentar ou incorporado a produtos de higiene e/ou uso tópico.