27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1140-1


Poster (Painel)
1140-1ESTUDO DA ATIVIDADE DE NANOPARTÍCULAS DE QUITOSANA LIBERADORAS DE ÓXIDO NÍTRICO CONTRA FUNGOS
Autores:Oliveira, G.S. (UEL - UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA) ; Nichio, B. (UEL - UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA) ; Souza, P.C. (UEL - UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA) ; Bocate, K.C.P. (UEL - UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA) ; Almeida, R.S.C. (UEL - UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA) ; Duran, N. (UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas) ; Narciso, A.M. (UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo) ; Valereto, E.C.S. (UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo) ; Seabra, A.B. (UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo) ; Panagio, L.A. (UEL - UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA)

Resumo

Micoses são atualmente um motivo de grande preocupação junto à comunidade médica. Essas infecções, causadas por fungos da microbiota endógena humana ou encontrados no ambiente, atingem um número cada vez maior de indivíduos. Leveduras do gênero Candida respondem pela maior parte das micoses, mas outras leveduras, como do gênero Cryptococcus e Trichosporon, têm-se apresentado com freqüência. C. neoformans é encontrado em fezes de aves e causa doença em imunossuprimidos, em especial aidéticos. Já C. gattii encontra-se em ocos de algumas espécies de árvores e em vegetais em decomposição, causando infecção em pessoas saudáveis. Ambas espécies inicialmente promovem doença pulmonar que pode evoluir para meningite, fatal se não tratada rapidamente. Leveduras do gênero Trichosporon, em especial T. asahii, podem ser microbiota humana e causam micoses oportunistas disseminadas. Além do arsenal terapêutico limitado, a emergência de novos patógenos e a resistência a antifúngicos tem aumentado nos últimos anos. Portanto, a procura por novos antifúngicos é fundamental. O óxido nítrico (NO), produzido por células do sistema imune, entre outras, apresenta importante atividade microbicida. Aumento na concentração de NO in vivo e in vitro tem sido avaliado com a utilização de compostos doadores de NO. Nossa proposta foi verificar o potencial antifúngico in vitro de nanopartículas poliméricas de quitosana liberadoras de NO. A estes polímeros incorporou-se ácido mercaptosuccínico (MSA). Os grupamentos tióis (SH) do MSA nas nanopartículas foram nitrosados através da adição de nitrito de sódio, formando o S-nitroso-MSA, que atua como doador de NO. A metodologia empregada para aferição de atividade antifúngica foi a de microdiluição em caldo, seguindo a norma M27-A2 do CLSI, que nos permitiu estabelecer a concentração inibitória mínima (MIC) para cada isolado clínico. Verificamos que para C. gattii, o MIC foi de 2,5mg/ml; para C. neoformans, 5 mg/ml; para T. asahii 2,5 mg/ml. Os resultados iniciais obtidos são animadores, visto a carência de novos antifúngicos. Nossos próximos passos serão a aplicação dos testes em outros gêneros de fungos, de modo a verificar o espectro de atividade dos polímeros, além de realizar novos estudos para aprimoramento dos compostos, de forma a diminuir a MIC e confirmar o potencial de uso de nanopartículas de alginato/quitosana como antifúngicos.