27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1138-1


Poster (Painel)
1138-1Rastreamento de portadores nasais de cepas de Staphylococcus aureus com diferentes perfis de resistência a antimicrobianos
Autores:Fernandes, J. S. F. (UFF - Instituto Biomédico - Universidade Federal Fluminense) ; Pinheiro, F. R. (UFF - Instituto Biomédico - Universidade Federal Fluminense) ; Sousa, V. S. (UFRJ - IMPPG - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Moreira, B. M. (UFRJ - IMPPG - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Rabello, R. F. (UFF - Instituto Biomédico - Universidade Federal Fluminense)

Resumo

Staphylococcus aureus é um importante patógeno envolvido em diversos processos infecciosos e normalmente é resistente a vários antimicrobianos de uso clínico. Também pode colonizar indivíduos saudáveis o que pode levar ao desenvolvimento de uma infecção. A infecção por cepas de diferentes perfis de resistência antimicrobiana pode interferir no sucesso do tratamento. Militares são considerados um grupo de risco para colonização e infecção por cepas resistentes. Desta forma, o presente estudo teve como objetivos comparar as taxas de portadores de cepas resistentes quando avaliada uma única colônia e mais de uma colônia e identificar portadores nasais de diferentes perfis de resistência entre militares na comunidade. Também foi avaliada a diversidade genética de cepas resistentes a macrolídeos e/ou lincosamídeos e avaliada a transmissão das cepas resistentes a estas drogas entre os militares. Duzentas e cinquenta e uma colônias de S. aureus isoladas a partir de swab nasal de 42 militares, lotados em diferentes unidades no país, participantes de um curso de paraquedismo em unidade militar no Rio de janeiro, coletadas no início e final do curso em 2007, foram submetidas ao teste de difusão de disco para onze antimicrobianos. A diversidade genética de 29 colônias de 21 militares foi avaliada pela eletroforese em gel de campo pulsado. As taxas de militares portadores de cepas resistentes foram diferentes quando mais de uma colônia foi analisada, mas não foi estatisticamente significativo. Dentre os militares, 14,3% estavam colonizados por cepas de diferentes perfis de resistência. Não foi detectada resistência a outras drogas que não à penicilina, eritromicina, clindamicina, cloranfenicol e tetraciclina. Grande diversidade genética foi observada entre as amostras com resistência a macrolídeos e/ou lincosamídeos, mas colônias com 100% de similaridade foram isoladas na primeira coleta de dois militares de diferentes estados. Não foi evidenciada transmissão de cepas entre os militares. Portanto, o isolamento de cepas de diferentes perfis de resistência em um mesmo militar pode interferir no sucesso da antibioticoterapia caso venham causar uma infecção e a cepa menos resistente seja testada. Além disto, diferentes clones de cepas resistentes estão distribuídos entre militares em nosso país e o contato entre militares durante o curso não favoreceu a transmissão destas cepas.