27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1134-2


Poster (Painel)
1134-2Leveduras oportunistas e fungos leveduriformes patogênicos (não-Candida e não-Cryptococcus) na microbiota de emas cativas (Rhea americana): potenciais riscos para a saúde humana
Autores:Teixeira, C.E.C. (UFC - Universidade Federal do Ceará) ; Alencar,L.P. (UECE - Universidade Estadual do Ceará) ; PAIVA,M.A.N. (UECE - Universidade Estadual do Ceará) ; MACEDO,R.B. (UFC - Universidade Federal do Ceará) ; OLIVEIRA,J.S. (UFC - Universidade Federal do Ceará) ; SERPA,R. (UFC - Universidade Federal do Ceará) ; ALVES,N.D. (UFERSA - Universidade Federal Rural do Semi Arido) ; OLIVEIRA,M.F. (UFERSA - Universidade Federal Rural do Semi Arido) ; SALES,J.A. (UECE - Universidade Estadual do Ceará) ; CORDEIRO,R.A. (UFC - Universidade Federal do Ceará) ; BRILHANTE, R.S.N. (UFC - Universidade Federal do Ceará) ; BANDEIRA, J.P.G. (UFC - Universidade Federal do Ceará) ; SIDRIM,J.J.S. (UFC - Universidade Federal do Ceará) ; ROCHA, M.F.G. (UECE - Universidade Estadual do Ceará)

Resumo

Leveduras oportunistas e fungos leveduriformes tem sido reconhecidos como importantes patógenos em pacientes imunocomprometidos. Estudos apontam que alguns animais, especialmente aves, potencialmente são fontes de infecção por leveduras patogênicas. Este estudo teve como objetivo avaliar a presença destes microrganismos na microbiota de emas ( Rhea americana ) em cativeiro, bem como investigar a sensibilidade in vitro a antifúngicos das cepas isoladas. Neste trabalho, foram utilizadas 58 emas de criações das cidades de Fortaleza e Mossoró, no nordeste brasileiro. As amostras foram coletadas a partir da orofaringe e cloaca dos animais utilizando swabs estéreis. As amostras de fezes foram coletadas do recinto das aves, com o auxílio de lâminas de bisturi estéreis. Para o isolamento primário, o material foi semeado em Ágar Sabouraud dextrose a 2% suplementado com cloranfenicol (0.5 g l–1). Os isolados foram identificados com base nas características morfológicas e bioquímicas. Após a identificação, todas as amostras foram submetidas a testes de sensibilidade a antifúngicos in vitro ante a anfotericina B, itraconazol, fluconazol, voriconazol e caspofungina. Um total de 40 cepas foi obtido de diferentes sítios anatômicos, dentre elas Geotrichum capitatum (11/40), Trichosporon mucoides (11/40), T. asteroides (5/40), Rhodotorula mucilaginosa (4/40), T. asahii (3/40), T. cutaneum (3/40) e T. ovoides (3/40). Todos os isolados foram sensíveis a anfotericina B, no entanto, foi detectada resistência a fluconazol (1/11) e itraconazol (2/11) em cepas de T. mucoides . Finalmente, este estudo indica que emas saudáveis podem atuar como reservatórios de leveduras e fungos leveduriformes potencialmente patogênicos, bem como aponta a presença de cepas de T. mucoides resistentes a azólicos nessas aves, possivelmente demonstrando um risco adicional para seres humanos.