27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1127-1


Poster (Painel)
1127-1CARACTERIZAÇÃO DE BACTÉRIAS FERMENTADORAS DE AMINOÁCIDOS ISOLADAS DO RÚMEN DE BOVINOS ALIMENTADOS COM FORRAGEIRAS TROPICAIS
Autores:Bento, C. B. P. (UFV - Universidade Federal de Viçosa) ; Azevedo, A. C. (UFV - Universidade Federal de Viçosa) ; Detmann, E. (UFV - Universidade Federal de Viçosa) ; Mantovani, H. C. (UFV - Universidade Federal de Viçosa)

Resumo

Os alimentos proteicos representam o componente mais oneroso na composição da dieta de ruminantes, e as bactérias que atuam nos processos de proteólise e desaminação no rúmen podem contribuir para a perda de proteína dietética. Neste trabalho, bovinos mestiços alimentados com forrageira tropical e suplementados com caseína foram utilizados para isolar culturas bacterianas envolvidas no metabolismo de peptídeos e aminoácidos no rúmen. Quatro animais fistulados no rúmen e alimentados com feno de tifton 85 (Cynodon sp.) ad libitum foram utilizados no experimento. Caseína (230 g) foi infundida diretamente no rúmen dos animais duas vezes ao dia (06:00h e 18:00h). O experimento foi realizado em delineamento inteiramente casualizado com rotação dos animais dentro dos tratamentos controle e suplementação ruminal. Amostras do líquido ruminal foram coletadas e utilizadas para o isolamento de bactérias fermentadoras de aminoácidos em meio mineral sólido adicionado de Trypticase como única fonte de carbono e energia. Duzentas e cinquenta culturas foram isoladas e a atividade específica de desaminação (AED) e produção de amônia foram determinadas. Trinta culturas onde a concentração de amônia foi > 25 mM e cuja AED foi > 100 nmol de NH3. mg proteína-1.min-1 foram selecionadas e caracterizadas. Os isolados foram identificados como bastonetes gram-positivos, anaeróbios, em sua maioria móvel (60%) e esporulantes (80%). A concentração média de amônia nas culturas selecionadas foi de 32 mM e AED média foi de 273,3 nmol de NH3. mg proteína-1.min-1. A concentração total de ácidos orgânicos voláteis produzida pelas culturas variou de 12,28 mmol.L-1 a 79,92 mmol.L-1. Os isolados apresentaram baixa atividade proteolítica quando cultivados em Trypticase e em caseína (média de 8,99 U.DO-1 e de 0,600 U.DO-1, respectivamente). A atividade de urease entre os isolados foi de 0,730 mM de NH3. D.O.-1.min-1. Quando os isolados foram cultivados em meio contendo carboidratos como única fonte de carbono e energia, observou-se que 84% foi capaz de fermentar glicose (2 g.L-1) e somente oito isolados foram capazes de fermentar xilose (2 g.L-1). Todos os isolados foram sensíveis aos ionóforos monensina e lasalocida. A caracterização dos isolados sugere que as culturas são especializadas no metabolismo de aminoácidos e peptídeos, com pouco impacto na degradação de proteínas e utilização de ureia.