27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1112-1


Poster (Painel)
1112-1Aspectos epidemiológicos, da virulência e resistência a antimicrobianos em Staphylococcus aureus resistentes a oxacilina isoladas de Unidade de Terapia Intensiva
Autores:NASCIMENTO, T.C. (UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora) ; FONTES, C.O. (UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora) ; ARAÚJO, M.L. (UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora) ; FAJARDO, M.O. (UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora) ; PAIVA, M.R.B. (UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora) ; FORTUNATO, S.O. (UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora) ; CASTRO, P.P. (UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora) ; OLIVEIRA, T.L.R. (UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora) ; SILVA, S.F. (UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora) ; SILVA, V.L. (UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora) ; DINIZ, C.G. (UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora)

Resumo

Staphylococcus aureus é um dos principais agentes de infecções bacterianas envolvendo corrente sanguínea, trato respiratório inferior, pele e tecidos moles em muitos países. Um grande problema hospitalar é a ocorrência de Staphylococcus aureus resistentes à oxacilina (ORSA) principalmente em unidades de tratamento intensivo, que contribuem para o aumento da morbi-mortalidade. Nossos objetivos foram avaliar características epidemiológicas, de virulência e da susceptibilidade a drogas de linhagens de ORSA isoladas de infecções em unidade de tratamento intensivo do Hospital Universitário da UFJF, de 2005 a 2010. Os dados foram coletados nos prontuários e nos livros de registro do laboratório de microbiologia. A susceptibilidade a antimicrobianos foi avaliada por diluição em ágar, de acordo com o CLSI. Determinantes de virulência, como atividade hemolítica, produção de biofilme, termotolerância e resistência ao estresse oxidativo por H2O2 foram avaliadas in vitro. Do total de 46 isolados no período, 69,5% foram de pacientes masculinos. A idade média foi de 59,5 anos. Em relação à doença associada, 54,3% foram de infecções do trato respiratório, 19,7% de bacteremias, 13% de bacteremias relacionadas a cateter, 6,5% de feridas e do sistema digestório. Os espécimes clínicos de isolamento foram secreção traqueal (52,2%), sangue (19,6%), ponta de cateter (13%), secreção de ferida e exudatos (6,5%) e urina (2,2%). Dos pacientes, 73,9% foram à óbito pela infecção e 26,1% obtiveram alta. Resistência foi observada frente à clindamicina, eritromicina e levofloxacina (100%), azitromicina (97,8%), gentamicina e rifampicina (89,1%), tetraciclina (72,2%), sulfametoxazol/trimetoprim (71,7%) e cloranfenicol (65,2%). Todas as linhagens foram sensíveis à linezolida e vancomicina. Do total, 50% dos ORSA apresentaram capacidade hemolítica e tolerância ao stress oxidativo, 69,6% foram produtores de biofilme e 100% demonstraram-se termotolerantes. S. aureus resistente à oxacilina, em particular, tem causado crescente preocupação nos sistemas de saúde em todo o mundo devido à sua alta incidência principalmente em unidades de terapia intensiva. Este estudo aponta características biológicas de linhagens de ORSA, não só relacionadas com a sua persistência no ambiente hospitalar devido à multirresistência, mas também com seu potencial patogênico.