Resumo

O gênero Phaseolus tem aproximadamente 35 espécies e Phaseolus vulgaris e P. lunata são as espécies mais importantes. No Brasil, o feijão é um alimento bastante importante para a população em áreas urbana e rural. Entretanto, sua produtividade é afetada por vários fatores como, por exemplo, doenças causadas por fungos do solo. Este grupo de patógenos se caracteriza por causar doença no sistema radicular ou mesmo na parte aérea das plantas. Dentre os fungos patogênicos ao feijoeiro presentes no solo, podem-se destacar Fusarium oxysporum f.sp. phaseoli, F.solani f. sp. phaseoli, Macrophomina phaseolina, Scleorotium rolfsii, Rhizoctonia solani, dentre outros. Esta pesquisa teve como objetivo isolar e identificar fungos de solo do feijoeiro em áreas produtoras do Estado de Pernambuco. Amostras de plantas com sintomas de doenças foram coletadas nas regiões dos Sertões do Araripe, do São Francisco e do Moxotó, e do Agreste Central. Posteriormente, foram levadas para o laboratório de Fitopatologia do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA) para posterior manipulação. O isolamento foi feito por pequenos fragmentos de material (caule) que foram desinfectados e transferidos para placa de Petri contendo meio de Batata Dextrose Ágar (BDA) com cloranfenicol (100mg/L) e incubados em BOD (26ºC) por 96h para posterior isolamento. Os fungos isolados foram transferidos para tubos de ensaio contendo meio BDA para posterior identificação. Os isolados foram identificados a partir da observação das características macro e microscópicas de acordo com a literatura específica. Foram obtidos 94 isolados de fungos do solo fitopatogênicos ao feijoeiro, pertencentes a nove espécies identificadas como causadoras de doenças. Dentre as espécies isoladas, destacaram-se Macrophomina phaseolina (Tassi) Goidanich que ocorreu em cinco municípios estudados, correspondendo a 62,5% de frequência, enquanto que Fusarium oxysporum f. sp. phaseoli, F. solani e Sclerotium rolfsii Sacc. ocorreram em quatro municípios, representando 50% dos isolados, seguido por Fusarium lateritium Nees. (Sacc.) (37,55%) que ocorreu em três municípios. As demais espécies como: Colletotrichum dematium, Curvularia eragrostidis, Fusarium equiseti e Sclerotinia sclerotiorum (12,5%) ocorreram ocasionalmente nos municípios estudados. A maioria dos isolados já foi descrita como fitopatógenos ao feijoeiro, porém esta é a primeira ocorrência de F. lateritium como fitopatógeno de P. vulgaris para as América do Sul e Central. Apoio: CNPq/FACEPE