Resumo

A poluição ambiental por derivados de petróleo é um problema mundial, e a cada ano aumenta a quantidade de resíduos oleosos emitidos por indústrias. Com isso, aumenta os estudos dos micro-organismos no tratamento destes resíduos de forma que não altere a qualidade de vida da população. Os biotensoativos constituem uma das principais classes de surfactantes naturais produzidos por micro-organismos, classificados de acordo com sua composição química ou origem microbiológica, são compostos com capacidade de criar e estabilizar emulsões, formados por moléculas anfipáticas capazes de diminuir a tensão superficial entre gases, líquidos e sólidos. O crescente interesse por este biopolímero deve-se a sua baixa toxicidade, biodegradabilidade e diversidade de aplicações. O objetivos deste é a produção de um biossurfactante por Serratia marcescens UCP 1549 utilizando rejeitos industriais como matéria-prima. A parte da produção do biossurfactante foi desenvolvida seguindo um planejamento experimental 2² proposto. Foram utilizados resíduos agroindustriais (manipueira e soro de leite) como insumos e foram suplementados com óleo de milho in natura e glicose em composições fixas, os meios alternativos foram incubados à 28ºC e 155rpm por 72h. A eficiência da produção do biossurfactante foi analisada pela determinação da tensão superficial utilizando um tensiônmetro (KSV-sigma 70)e pelo índice de emulsificação(E24). Os resultados obtidos apresentaram valores no Índice de emulsificação (E24) que chegaram a 100% quando suplementados com o óleo de soja pós-fritura e com o azeite de dendê. Em relação à tensão superficial os melhores resultados foram observados na segunda condição com 36,83 e no ponto central com 33,64 (mN/m). Esses resultados indicam a viabilidade da produção de biossurfactante a partir de resíduos de agroindustriais com aplicação em processos de biorremediação com estudos a serem realizados posteriormente.