Resumo

Staphylococcus aureus é um dos agentes de intoxicações alimentares mais importantes em todo o mundo e seu habitat primário é a mucosa bucal, nasofaringe e a pele, podendo pertencer à microbiota permanente ou transitória, sem causar sintomas em humanos. As intoxicações alimentares ocorrem pela há falta de higiene e cuidados dos manipuladores, sendo as bactérias transferidas para os alimentos e, após a multiplicação celular, através de falhas na cadeia de temperatura, por exemplo, pode ocorrer produção de enterotoxinas e sua ingestão, causando as intoxicações. Estima-se que cerca de 20% a 40% da população mundial seja colonizada por S. aureus e, devido à aquisição de resistência a antimicrobianos por esta bactéria, o objetivo deste trabalho foi avaliar o perfil de resistência de cepas de S. aureus isolados de manipuladores de alimentos da cidade de Botucatu – SP. Para tanto, foram feitos swabs das mãos e do nariz dos colaboradores até a obtenção de 35 cepas de S. aureus. Essas cepas foram estocadas em ágar Tripticase Soja Agar e posteriormente foram transferidas para meio de Infusão Cérebro-Coração e incubadas em estufa a 35ºC/24h. Após esse período, foi usada salina a 0,85% para obter-se turvação de 0,5 na escala Mc Farland e as cepas foram inoculadas em placas de Mueller Hinton com discos de oxacilina 1µg, cefoxetina 30µg, cloranfenicol 30µg, ciprofloxacina 5µg, gentamicina 10 µg, cerufoxima 30 µg e ampicilina 10 µg a 35ºC/24h. Das 35 cepas, 15 (42,8%) apresentaram resistência a pelo menos um dos antimicrobianos testados, 5 (14,2%) apresentaram sensibilidade intermediária e 19 (54,3%) foram sensíveis a todos os antimicrobianos, sendo que nenhuma cepa apresentou resistência a oxacilina, cefoxetina, cloranfenicol e gentamicina, 1 cepa (2,8%) apresentou resistência a cefuroxima, e 15 cepas (42,8%) foram resistentes a ampicilina. Os resultados obtidos demonstram que houve resistência de S. aureus a ampicilina e cefuroxima, sendo que a aquisição de resistência a esses antimicrobianos vem aumentando desde a década de 60, mostrando a importância de se conhecer o perfil de resistência a essa bactéria e os manipuladores podem ser veiculadores dessas cepas mais resistentes, mesmo que essa característica não seja importante em um quadro de intoxicação alimentar.