27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1054-1


Poster (Painel)
1054-1Avaliação de leveduras quanto à capacidade de produção de etanol a partir de xilose
Autores:Martins, G.M. (IBILCE-UNESP - Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas) ; da Silva, R.O. (IBILCE-UNESP - Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas) ; Pagnocca, F.C. (IB-UNESP - Instituto de Biociências) ; da Silva, R. (IBILCE-UNESP - Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas) ; Gomes, E. (IBILCE-UNESP - Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas)

Resumo

Para a implatação do processo de produção de etanol de 2ª geração é necessário o aproveitamento de todas as frações de açúcares presentes no hidrolisado do material lignocelulósico. Dessa forma, o presente trabalho busca a seleção de cepas de leveduras com capacidade de produção de etanol a partir de xilose. Um total de 33 cepas de leveduras passou por um proceso de triagem no qual foram plaqueadas em meio YNB suplementado com 2% de xilose e 2% de ágar. Misturada ao meio, pelo método “pour plate”, foi semeada a cepa Candida silvae BR3-3BY a partir de uma suspensão de células em NaCl 0,9%. Esta cepa não é capaz de assimilar xilose e consegue assimilar etanol, assim, ela apresentou crescimento ao redor das colônias que foram capazes de converter a xilose do meio a etanol, revelando 17 leveduras positivas para produção de etanol a partir de xilose. Em seguida, foram realizados, com as 17 cepas positivas, ensaios de fermentação alcoólica em meio basal contendo 60 g/L de xilose e 10 g/L de extrato de levedura durante 48h, a 30°C e 100 rpm. Como resultado, 13 cepas de leveduras produziram quantidades inferiores a 1 g/L de etanol, enquanto quatro cepas produziram quantidades maiores. A cepa PT1-1BASP destacou-se de todas as outras produzindo cerca de 12 g/L de etanol em 48 horas de cultivo, enquanto as cepas LB3.1, 1A, LB86 produziram aproximadamente 7, 2 e 1,5 g/L respectivamente. As leveduras PT1-1BASP e LB3.1 consumiram cerca de 70% do açúcar presente no meio, enquanto as cepas 1A e LB86 cerca de 60%. O rendimento de produção de etanol foi maior em PT1-1BASP (0,27 g etanol/g xilose), enquanto as outras três cepas apresentaram baixo rendimento de produção de etanol (cerca de 0,1 g etanol/g xilose) e maior rendimento de crescimento (cerca de 0,4 g massa seca/g xilose). A cepa PT1-1BASP foi identificada como Candida shehatae var. shehatae, uma espécie já apontada na literatura como fermentadora de xilose. Todas as leveduras que se mostraram positivas na triagem em plaqueamento apresentaram pelo menos traços de produção de etanol. O processo de triagem funcionou bem como avaliação qualitativa, porém, não como avaliação quantitativa, uma vez que houve grande diferença na quantidade de produção de etanol que não era perceptível por meio apenas do processo de plaqueamento.