27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1052-1


Poster (Painel)
1052-1Formação de biofilme em Streptococcus dysgalactiae subespécie equisimilis
Autores:Genteluci, G.L. (UFRJ/IMPG - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Glatthardt, T.S. (UFRJ/IMPG - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Masello, M.M. (UFRJ/IMPG - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; de Mattos, M.C. (UFRJ/IMPG - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Silva, L.G. (UFRJ/IMPG - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Figueiredo, A.M.S. (UFRJ/IMPG - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Ferreira-Carvalho, B.T. (UFRJ/IMPG - Universidade Federal do Rio de Janeiro)

Resumo

A capacidade de formar biofilme tem sido apontada como um mecanismo de proteção que permite às bactérias sobreviverem e proliferarem em ambientes hostis, facilitando a manutenção do processo infeccioso. Biofilmes bacterianos possuem arquitetura complexa e dinâmica, e podem se desenvolver em diversas superfícies abióticas, e também em superfícies bióticas. Há muitos anos sabe-se que microrganismos do gênero Streptococcus são capazes de crescer em biofilme (ex: biofilmes dentários), porém apenas recentemente sua formação foi demonstrada em Streptococcus pyogenes (EGA), sendo apontado como um mecanismo potencialmente importante que contribui para a falha terapêutica e a virulência. EGA e Streptococcus dysgalactiae subespécie equisimilis (SDSE) são espécies bacterianas altamente relacionadas, com até 72% de similaridade em seus genomas, porém ainda não há na literatura trabalhos que descrevam a produção de biofilme por SDSE. Este é um patógeno emergente global que pode colonizar e infectar humanos e vem sendo ultimamente apontado como causador desde faringite a sérias infecções invasivas. Nosso trabalho teve como objetivo pesquisar a capacidade de amostras de SDSE isoladas no Brasil formarem biofilmes e caracterizar sua natureza. Avaliamos a formação de biofilme in vitro na superfície de tubos de vidro, em microplacas de poliestireno e em cateter de poliuretano. Pesquisamos a natureza do biofilme submetendo-o ao tratamento com proteases, metaperiodato de sódio e DNase I. A estrutura do biofilme foi avaliada através de microscopia confocal a laser. E por fim, buscamos genes relacionados a produção de biofilme pela técnica de PCR. Para todos os experimentos utilizamos o meio TSB adicionado de 0,5% de glicose. Até o momento, das 124 amostras testadas em tubos de vidro, 87% foram capazes de formar biofilme, sendo este também formado em cateter de poliuretano. Sobre a superfície de microplacas de poliestireno, das 84 amostras testadas, 40% foram capazes de formar biofilme. Resultados preliminares parecem sugerir que esse biofilme seja constituído de proteínas e DNA, com uma pequena contribuição de carboidratos. Com relação à pesquisa do gene brpA, envolvido com a produção do biofilme em S. mutans, das 70 amostras testadas, apenas 7% não possuíam o gene. Como ainda não há na literatura trabalhos que descrevam a produção de biofilme por SDSE, os resultados do nosso estudo podem auxiliar na melhor compreensão da virulência e patogênese desta espécie bacteriana.