27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1050-1


Poster (Painel)
1050-1Relação entre a infecção pelo Papilomavírus Humano (HPV) e a imunomarcação citoplasmática de MYC em carcinomas de células escamosas orais.
Autores:LIMA, M. A. P. (UFC - Curso de Medicina de Barbalha- Universidade Federal do Ceará) ; CAVALCANTE, R. B. (UNIFOR - Universidade de Fortaleza) ; SILVA, C. G. L (UFC - Curso de Medicina de Barbalha- Universidade Federal do Ceará) ; NOGUEIRA, R. L. M. (UFC - Faculdade de Medicina - Universidade Federal do Ceará) ; MACEDO, G. E. C. (UFC - Curso de Medicina de Barbalha- Universidade Federal do Ceará) ; MAIA FILHO, P. H. B. (UFC - Curso de Medicina de Barbalha- Universidade Federal do Ceará) ; MARQUES, F. M. (UFC - Curso de Medicina de Barbalha- Universidade Federal do Ceará) ; RABENHORST, S. H. B. (UFC - Faculdade de Medicina - Universidade Federal do Ceará)

Resumo

Introdução - O Papilomavírus Humano (HPV) é um agente epiteliotrópico cuja relação de seus genótipos de alto-risco com o desenvolvimento de cânceres cervicais já é bem estabelecida. Embora a relação do HPV com o carcinoma de células escamosas oral (CCEO) venha sendo estudada há quase três décadas, o papel na carcinogênese oral e os prováveis mecanismos moleculares subjacentes ainda não estão completamente elucidados. Neste cenário, o presente estudo teve como objetivo avaliar a prevalência de HPV em uma série de casos de CCEO e confrontar os resultados com o padrão de expressão da oncoproteína MYC. Materiais e Métodos - O presente estudo foi previamente aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Ceará sob o protocolo nº111/09. Foram incluídos 100 casos de CCEO obtidos de dois hospitais do Ceará. A detecção de HPV foi realizada através de hibridação in situ e a expressão de MYC por imuno-histoquímica. Os testes estatísticos utilizados incluíram o χ2 de Pearson e o teste U de Mann-Whitney, somente valores de p<0,05 foram considerados. Resultados - O HPV foi detectado em células malignas de 31 casos. O padrão predominante de marcação foi do tipo pontual (96,8%). Não houve significância estatística na relação com o gênero, faixa etária, localização anatômica do tumor, estadiamento tumoral, tabagismo e etilismo. Os três casos de tumores de grau pouco diferenciado foram positivos para HPV (p=0,023). A comparação de frequências de casos positivos para MYC, de marcação nuclear, entre os grupos HPV-positivos e negativos não revelou significância. No entanto, quando foi analisada a marcação citoplasmática de MYC, observou-se que os casos HPV-positivos exibiram um número maior de casos MYC citoplasmático positivos (p=0,039). Este padrão se repetiu na comparação de médias do escore de células marcadas (Labelling index), que determina o percentual de células tumorais imunomarcadas em cada espécime, demonstrando que os casos infectados eram acompanhados de médias mais elevadas do referido escore quando considerando somente a marcação citoplasmática para MYC. Conclusões – O presente estudo sugere que o HPV favoreça o acúmulo citoplasmático de MYC em CCEO. Não foi encontrado nenhum outro estudo na literatura científica internacional avaliando simultaneamente a imunoexpressão de MYC (nuclear ou citoplasmática) e a detecção de HPV neste tipo tumoral.