27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1042-1


Poster (Painel)
1042-1Produção heteróloga de esterase termoestável de Petrotoga mobilis
Autores:Fazzio, H.F.R. (IFSC-USP - Instituto de Física de São Carlos) ; Martins, J.M. (IFSC-USP - Instituto de Física de São Carlos) ; Bossolan, N.R.S. (IFSC-USP - Instituto de Física de São Carlos) ; Araujo, A.P.U. (IFSC-USP - Instituto de Física de São Carlos)

Resumo

Microrganismos termofílicos são capazes de crescer em elevadas temperaturas, entre 45 e 80ºC, e isso é possível graças a adaptações moleculares que permitem que os principais componentes celulares tornem-se termoestáveis. Uma fonte potencialmente rica destes microrganismos são os reservatórios de petróleo, muitas bactérias são encontradas exclusivamente nesses ambientes como, por exemplo, Petrotoga spp. Espécies deste gênero já foram isoladas de reservatórios brasileiros, de alta temperatura e salinidade. A espécie Petrogota mobilis, que possui genoma anotado, é uma bactéria Gram-negativa e anaeróbia obrigatória, degrada um amplo espectro de carboidratos e apresenta genes que codificam proteínas com possível atividade esterásica. Esterases são biocatalisadores utilizados na indústria nas áreas de alimentos, detergentes, química fina, farmacêutica, papel e tratamento de efluentes. Características como a estabilidade destas enzimas frente a variações de temperatura e pressão osmótica, por exemplo, bem como versatilidade de atuação sobre uma ampla gama de substratos, ampliam seu uso industrial. Desse modo, o objetivo deste trabalho foi o de caracterizar a atividade de uma esterase putativa de P. mobilis em diferentes temperaturas, visando sua aplicabilidade industrial. A escolha da proteína foi feita por bioinformática, buscando domínios proteicos de esterases. O gene escolhido teve sua sequência de DNA sintetizada, sendo inserido no vetor de expressão bacteriano pETSUMO, permitindo a produção da proteína em fusão com a SUMO e His-tag. A linhagem de expressão utilizada foi E.coli Rosetta (DE3). Foram feitos testes de expressão a 37ºC por 3h e a 20ºC "overnight" utilizando meio LB, induzindo a produção da proteína de interesse pela adição de 0,2mM de IPTG. As células foram centrifugadas ao final da incubação, ressuspendidas em tampão Tris-HCl 50mM, NaCl 50mM em pH 8.0 e lisadas por sonicação. A purificação da proteína de interesse foi realizada por cromatografia de afinidade, seguida de cromatografia por exclusão molecular. A atividade esterásica foi comprovada por teste colorimétrico, utilizando p-nitrofenilacetato como substrato, sob diferentes temperaturas de incubação (30' em 40, 60 e 85ºC). A proteína apresentou atividade esterásica e mostrou ser termoestável, mantendo-se ativa até 85ºC. Estudos detalhados com relação à atividade e estrutura desta esterase frente à variação térmica e novos substratos estão em andamento, visando sua potencial aplicação.