27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1035-1


Poster (Painel)
1035-1INFLUÊNCIA DA AUTOAGREGAÇÃO E COAGREGAÇÃO ENTRE ISOLADOS DE Lactobacillus sp. E MICRO-ORGANISMOS DE INTERESSE CLÍNICO NA PROTEÇÃO DO TRATO GENITAL FEMININO
Autores:Morais, I. M. C. (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais) ; Cordeiro, A. L. (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais) ; Santos, V. L. (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais)

Resumo

As vaginites infecciosas são causadas principalmente pelo crescimento anormal de bactérias e fungos leveduriformes na mucosa do trato genital feminino. A microbiota vaginal normal é constituída predominantemente por lactobacilos que são envolvidos na sua manutenção, atuando pela ativação do sistema imune e pela coagregação ou competição com outros micro-organismos na aderência ao epitélio vaginal, ou mesmo pela produção de bacteriocinas, ácido lático, biossurfactantes e peróxido de hidrogênio. A autoagregação se faz necessária para aderência às células epiteliais e favorece a colonização mais rápida do ambiente impedindo a adesão de patógenos. Esta habilidade de adesão às células epiteliais e mucosas sugere um importante papel dos lactobacilos na proteção do trato genital feminino. Este trabalho teve por objetivo avaliar a capacidade de autoagregação in vitro de dezenove isolados de espécies de Lactobacillus produtores de biossurfactantes e a coagregação in vitro destes isolados com os micro-organismos patogênicos Candida albicans, Candida tropicalis, Candida krusei, Aspergillus niger, Escherichia coli, Enterobacter aerogenes, Klebsiella pneumoniae, e Staphylococcus saprophyticus . Para os testes de autoagregação foram usadas suspensões dos Lactobacillus sp. em PBS, com uma OD de 0,6±0,05 (600nm). As leituras foram feitas de hora em hora por um período de 4 horas. Para avaliar a coagregação, as suspensões, preparadas isoladamente, foram misturadas em partes iguais e as leituras feitas como no teste anterior. A autoagregação apresentou valores significativos para o isolado L. reuteri P9-1 (55,06%) mostrando a capacidade desses micro-organismos de se autoagregarem e protegerem o trato genital feminino. Para coagregação, os maiores valores foram observados para o isolado de L. crispatus P75A com Escherichia coli (38,85 %). Havendo correlação com a interação in vivo, uma flora lactobacilar vaginal não surtiria efeito protetor contra a adesão desses outros micro-organismos patogênicos.