27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1031-1


Poster (Painel)
1031-1Liberação de fluoreto durante solubilização de fosfato de rocha por Aspergillus niger em diferentes condições de fermentação
Autores:SILVA, N.M.R.M. (UFV - Universidade Federal de Viçosa) ; MENDES, G.O. (UFV - Universidade Federal de Viçosa) ; SILVA, U.C. (UFV - Universidade Federal de Viçosa) ; COSTA, M.D. (UFV - Universidade Federal de Viçosa)

Resumo

A utilização de micro-organismos solubilizadores de fosfatos é uma alternativa para o suprimento de fósforo (P) para as plantas, evitando o uso excessivo de fertilizantes. Estudos recentes demonstraram que o fluoreto (F-) liberado durante a solubilização de fosfato de rocha (FR) diminui o crescimento fúngico, a produção de ácido cítrico e a acidificação do meio por Aspergillus niger e, dessa forma, inibe a solubilização de P, uma vez que é tóxico para as células microbianas. O objetivo desse trabalho foi comparar a liberação de F- durante a solubilização de FR em fermentação líquida (FL) e em fermentação em estado sólido (FES). Para ambas as fermentações, foi utilizado o meio NBRIP suplementado com 3 g L-1 de FR de Araxá, que foi posteriormente inoculado com 106 conídios de A. niger. Na FES, bagaço de cana-de-açúcar foi utilizado como substrato na proporção de 15 % (m/v). Os frascos foram incubados por cinco dias a 30 ºC e no caso da FL foram submetidos a agitação em shaker a 160 rpm. Após a incubação, foi determinada a concentração de P em espectrofotômetro a 720 nm, usando o método do ácido ascórbico, e a concentração de F- a 580 nm com o método SPADNS. O total de F- liberado foi estimado em função do P solubilizado utilizando equação ajustada previamente (F- = -0,48 + 0,165 P). Também foi feita a análise do pH e da acidez titulável de cada amostra. A quantidade de P solubilizado em FL foi de 56,3 mg L-1, o que representa apenas 17,6 % do que foi solubilizado na FES (319,5 mg L-1 de P). O F- liberado durante a solubilização foi 20,8 e 7,6 mg L-1 na FES e FL, respectivamente. A estimativa calculada pela equação para a liberação de F- na FES foi de 52,1 mg L-1, indicando que houve adsorção de 31,1 mg L-1 de F- pelo bagaço. O pH não diferiu entre os tratamentos, apresentando média de 3,4. A acidez titulável na FES foi duas vezes maior que na FL, o que demonstra maior produção de ácidos orgânicos por A. niger nessa condição. Os resultados sugerem que o bagaço atua como dreno para o F- liberado do FR, diminuindo seu efeito inibitório. A utilização de resíduos como o bagaço de cana-de-açúcar propicia maior eficiência do processo de solubilização de fosfato e, dessa forma, amplia as possibilidades de aplicação desse sistema.